
Candidato António Cunha é "a favor de um Norte que não aceita ser um peão num tabuleiro de xadrez nacional"
Foto: Pedro Correia
Uma lista de 51 personalidades, "da academia e da ciência, do tecido empresarial, das instituições sociais e da cultura", subscreve um manifesto de apoio à recandidatura de António Cunha à liderança da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).
Sob o lema "Por um Norte à Frente", o manifesto conta com subscritores como Alexandre Quintanilha, Artur Santos Silva, Daniel Bessa, Isabel Pires de Lima, Luís Braga da Cruz, Valente de Oliveira, Manuel Sobrinho Simões, Miguel Cadilhe, Pedro Abrunhosa e Aurora Cunha, entre outros. A lista não inclui "políticos no ativo" e todos representam uma "consciência regional". A eleição para a CCDR-N realiza-se no dia 12 de janeiro e tem outro candidato, Álvaro Santos, que deixou a vice-presidência da Câmara de Gaia.
No manifesto de apoio a António Cunha, é referido que a CCDR-N "não pode aceitar um retrocesso numa liderança feita de mérito e autonomia" e que a comissão "deve ser o interlocutor do Norte perante o Governo, e não um delegado do Governo no Norte".
"Nós, abaixo-listados [lista dos 51 nomes], acompanhámos o mandato de António Cunha à frente da CCDR Norte nos últimos cinco anos. Testemunhámos uma instituição que soube elevar-se acima das diferenças partidárias para se focar no que realmente importa: a coesão territorial, a inovação económica e a qualidade de vida dos nortenhos", é assinalado.
"Assistimos com profunda preocupação ao risco de condicionamento da liderança da região e de quebra do princípio de autodeterminação regional na sua escolha. Esta candidatura não é contra ninguém, nem os grandes partidos; é a favor de um Norte que não se resigna e não aceita ser um peão num tabuleiro de xadrez nacional", sublinha-se.
Aplicar bem os fundos
São depois reforçadas as razões para apoiar a "candidatura independente" de António Cunha. "O presidente da CCDR-N deve exercer o seu cargo com liberdade e autonomia, sem amarras partidárias ou de qualquer outro diretório", é registado.
Fazer interagir o litoral com o interior é outra diretriz. "A liderança de António Cunha provou que é possível gerir com isenção, integrando as vozes do litoral e do interior num projeto comum. Agora, é preciso mais. É preciso lançar as bases estratégicas do Norte 2035, rompendo com erros, imposições e atavismos. E é preciso contribuir para a adoção de um modelo regional de governança, em prol de um Estado mais justo", salienta-se.
Dar continuidade ao trabalho e saber aplicar os fundos comunitários é outro desiderato. "O Norte exige estabilidade. No atual ciclo de fundos europeus, qualquer paragem para "ajustamentos políticos" poderá ser fatal para o investimento de autarquias, empresas e instituições e o cumprimento das metas de Bruxelas", concluem os signatários do manifesto.
Experiência e contactos
Na carta a enviar para o colégio eleitoral, que decidirá o vencedor no dia 12 de janeiro e é formado por presidentes de câmara, vereadores, deputados municipais e presidentes de junta, António Cunha destaca a sua "experiência de planeamento e rede de contactos internacionais e nacionais", a "garantia de uma gestão territorialmente equitativa" na execução do Norte 2030 e no PRR, "mantendo o ritmo de aprovações e de execução", e a "proximidade com as câmaras e as juntas".
De recordar que mais de 900 autarcas do colégio eleitoral da CCDR-N, num universo de 4100, já subscreveram a formalização da candidatura de António Cunha.

