Afinal, o cão de assistência impedido - por duas vezes - de embarcar num voo da TAP com ligação entre o Rio de Janeiro e Lisboa vai mesmo viajar para Portugal. O transporte será feito nos próximos dias, a cargo do treinador de Tedy, como garantia que o animal cumpre os requisitos necessários.
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Depois de a companhia aérea portuguesa se ter recusado a transportar, na cabina, o labrador retriever de assistência emocional a menina de 12 anos com autismo, defendendo a segurança dos passageiros e da tripulação e alegando que o animal não possuía o certificado de treino emitido por uma instituição reconhecida, obrigatório para viajar, a TAP vai fazer o transporte de Tedy.
Recorde-se que o labrador já foi impedido de voar entre o Rio de Janeiro e Lisboa por duas vezes, a primeira a 8 de abril, altura em que a família de Alice se mudou para Portugal. Descontentes pelo facto de Tedy ter sido "barrado" no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro-Galeão, os pais da menina recorreram à Justiça, tendo um tribunal brasileiro ordenado o embarque do cão. No sábado passado, e já com a menina de 12 anos em Portugal há um mês e meio, a irmã mais velha deslocou-se ao aeroporto com a decisão judicial, mas a TAP voltou a negar o embarque do animal na cabina, frisando que a pessoa que necessitava de ser acompanhada não se encontrava a bordo. A Polícia Federal brasileira acabou mesmo por multar um gerente da empresa portuguesa por desobediência e o voo foi cancelado, deixando Hayanne e Tedy em terra. A situação causou prejuízos à TAP, que foi obrigada a garantir alojamento e novas ligações aéreas aos passageiros implicados.
Ao JN, a companhia aérea revela que, "por intermédio dos representantes legais, a TAP tem mantido contacto com a família, tendo por objetivo último encontrar uma solução viável e em conformidade com as normas de segurança", sublinhando que, desde o início, "tem apresentado soluções alternativas ao seu transporte, especificamente o transporte em compartimento climatizado e pressurizado, como ocorre com dezenas de outros animais, garantindo o bem-estar do Tedy", mas que "infelizmente, a solução não mereceu o acolhimento da família".
Reiterando a preocupação com o "bem-estar desta família e com a segurança" dos passageiros, a TAP informa que "propôs uma solução para que Tedy possa voar dentro de dias a bordo", segura de que a solução encontrada "será aceite pela família em apreço". O JN sabe que a viagem será feita pelo treinador do cão, que vai assumir a responsabilidade pelo comportamento do animal dentro da cabina, garantido o cumprimento das regras necessárias.
"Por último, queremos assegurar aos nossos passageiros que a TAP norteia a sua operação pelas mais elevadas regras de segurança. Não nos desviamos dos nossos procedimentos, seja por custos, uma urgência ou um caso pontual", declara ainda a empresa portuguesa.