Capelão: "Normalmente dedico cinco a sete minutos por confissão"
<p>Quando o arcebispado de Valhadolide, em Espanha, lhe propôs mudar-se para o Santuário de Fátima, Ángel Alonso Ramirez não pensou duas vezes. Poder continuar o seu trabalho diocesano e, paralelamente, fixar-se na Cova da Iria, espaço religioso pelo qual se sentia há muito atraído, foram alguns dos motivos que atenuaram a mudança de país.</p>
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Há dois anos e meio em Fátima, o padre Ángel assegura, neste momento, não só as liturgias em espanhol, como também é o responsável pelo acolhimento aos peregrinos de língua espanhola. Nos próximos dias terá de fazer um esforço suplementar: garantir ainda, durante três a quatro horas, por dia, as confissões dos milhares de peregrinos que são esperados nos 44 confessionários da igreja da Santíssima Trindade.
"Ouviremos as pessoas, sem qualquer limite de tempo. Normalmente, dedico cinco a sete minutos por confissão. Quando há problemas pessoais, aconselhamos a regressar, de modo a ter apoio de equipas próprias para o efeito", esclarece o capelão, de 39 anos, 13 dos quais como pároco, que considera a estadia na Cova da Iria a concretização de um sonho.
"Já cá tinha vindo [a Fátima] em peregrinação. Quando me mudei para cá, entrei na capelinha e foi como se a presença de Nossa Senhora fosse mais real. Entende?", questiona, emocionado, frisando que, desde então, se apercebeu da enorme falange de peregrinos espanhóis que ali chegam diariamente.
"Pensava-se que os italianos eram dos povos estrangeiros que vinham mais. Mas isso devia-se ao facto de serem organizados. A verdade é que vêm muitos mais espanhóis. Como não estão organizados, exigem mais trabalho de apoio", diz o capelão, admitindo que alguma timidez com as novas tecnologias ainda não o levaram a criar um blogue onde descreva a experiência desta estadia em Fátima. Quanto à visita de Bento XVI? "É muito importante. É o sucessor de Pedro e o nosso pastor. A sua presença para o povo português é um manto de esperança", salienta.