<p>O casal McCann pede à Justiça portuguesa para ordenar a destruição de todos os exemplares do livro e do filme nascidos da lavra de Gonçalo Amaral, o ex-coordenador da PJ que defende a tese da morte de Madeleine. Os pais regressam esta semana a Portugal.</p>
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Kate e Gerry McCann estarão presentes depois de amanhã no início do julgamento da providência cautelar de proibição de venda de "Maddie - A Verdade da Mentira", nas Varas Cíveis de Lisboa.
Em causa está a oposição de Gonçalo Amaral e da editora à continuidade da ordem de retirada, do mercado, da publicação e documentário que defendem a tese da morte da menina inglesa e envolvimento dos pais na ocultação do respectivo cadáver.
Está providência cautelar está associada a um processo principal em que o casal McCann faz vários pedidos. Os principais passam pela destruição total dos exemplares do livro e do DVD documentário que ainda restarem em armazéns, bem como proibição de cedência de direitos de autor ou divulgação para outros países ou na Internet.
Se ganharem a acção, os pais da menor desaparecida a 3 de Maio de 2007 na Praia da Luz, Lagos, pedem ainda a publicação da decisão final em jornais nacionais, em dois dias consecutivos, como forma de, ainda que parcialmente, reconstituir a sua imagem.
A par da proibição de divulgar a tese da morte da menina, o casal solicita que Gonçalo Amaral e os demais réus no processo sejam condenados a pagar 100 mil euros por cada eventual acto de não acatamento da decisão judicial.
1,2 milhões de euros
Num outro processo à parte, a Gonçalo Amaral é exigida uma indemnização de 1,2 milhões de euros. Foi ao abrigo desta acção que foi ordenado o arresto de todos os bens do ex-coordenador da PJ.
Testemunhas arroladas por Gonçalo Amaral são colegas da PJ que participaram na investigação, incluindo Luís Neves, director nacional de combate ao banditismo.
O próprio procurador do Ministério Público que arquivou o processo, Magalhães Meneses, foi arrolado como testemunha. Este magistrado, a par do procurador-geral adjunto Melchior Gomes - lamentou a recusa, por parte dos ingleses, em participar numa reconstituição dos factos. Assim, os McCann não conseguiram "comprovar a sua inocência".