Casos menos graves deixam de ser atendidos na Urgência da Póvoa de Varzim a partir de amanhã
A partir de amanhã, os doentes triados com pulseiras azuis ou verdes (menos urgentes) não serão atendidos na Urgência do Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/Vila do Conde (CHPV/VC).
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É a segunda fase do projeto-piloto “Ligue Antes, Salve Vidas”, que, em sete meses, retirou do serviço 24.500 “falsas urgências” e tornou, para 40%, a Linha SNS24 a “porta de entrada” no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O projeto, lançado no final de maio, tem um objetivo claro: retirar das urgências hospitalares os casos não urgentes, deixando os serviços mais disponíveis para as situações mais graves, optimizando recursos e reduzindo os tempos de espera
Assim, numa primeira fase, que se prolongou até agora, a ideia foi mudar hábitos, incentivando as pessoas a ligar para a Linha SNS24, antes de qualquer deslocação à urgência e “oferecendo” aos casos menos graves consulta para o próprio dia ou para o dia seguinte no centro de saúde.
Os números deixaram o CHPV/VC e o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) “muito satisfeitos”: 50 mil chamadas recebidas, 17.500 encaminhados com consulta já marcada para os cuidados de saúde primários, 7.000 em casa em autocuidados. Contas feitas, menos 24.500 na Urgência. Dos que contactam a linha, apenas 26% acabaram na Urgência. No serviço, 40% já vêm encaminhados pela linha.
Agora, feita a sensibilização, nesta segunda fase, para ser atendido na Urgência do CHPV/VC, o doente terá que ter sido referenciado pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU/INEM), Linha SNS24, Cuidados de Saúde Primários ou médico através de informação clínica assinada. Caso contrário, será sempre observado, mas se for triado como verde ou azul, não é atendido na Urgência e é encaminhamento para consulta, no próprio dia ou no dia seguinte, no centro de saúde ou no hospital.
Mas atenção que o sistema prevê excepções: serão sempre atendidos todos os utentes com 70 ou mais anos, acamados ou em cadeira de rodas, vítimas de trauma, com situações agudas do foro psiquiátrico, obstétrico ou outras, bem como utentes acompanhados por forças de segurança ou com indicação de perícia médico-legal. O projeto também não se aplica a menores de idade.
Estão também dispensados do contacto com a linha todas as vítimas de agressão, doenças sexualmente transmissíveis, embriaguez aparente, exposição a químicos, feridas, gravidez, hemorragias, infeções locais e abcessos, problemas oftalmológicos, quedas, queimaduras, sobredosagem e envenenamento, traumatismo cranioencefálico, convulsões ou doença oncológica ativa, imunossupressão, doença renal crónica e doença arterial periférica.