O secretário-geral do PCP considerou, esta segunda-feira, durante o debate do Orçamento de Estado, que o documento poderia ter ido "mais longe". Mas defendeu a proposta do Governo do PS, perante "os saudosistas da política da terra queimada".
Corpo do artigo
"Este não é o nosso Orçamento e contém medidas que não acompanhamos", disse Jerónimo de Sousa, no Parlamento. O secretário-geral do PCP mostrou-se bem mais enfático na defesa do Executivo do PS e do plano orçamental do ministro Mário Centeno do que a porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, que o antecedeu na interpelação ao Governo.
O comunista apontou "a fonte da ira do PSD" como consequência da saudade de "querer dobrar os que menos têm.
Já a deputada Catarina Martins admitiu que o "Bloco de Esquerda presta contas por este Orçamento de Estado (OE)". Trata-se de "um OE do Partido Socialista, não é do Bloco de Esquerda". "[Mas] será viabilizado com o nosso voto", disse.
A bloquista advogou que será difícil explicar este OE a quem tem menos, como "aos desempregados". Neste caso, "a resposta é mais difícil de dar", explicou.
Todavia, para Catarina, o documento tem a capacidade de "poder começar a trazer oxigénio a uma economia que a austeridade asfixiou".
Tal como o PCP e o BE, também Os Verdes assumiram não se rever completamente no documento do Governo PS, principalmente quanto às propostas orçamentais na área ambiental. Porém, o deputado do PEV José Luís Ferreira frisou a mudança do paradigma político no país e criticou os dois partidos da Direita "que não querem é que a banca pague mais".
Quanto a André Silva, deputado do partido Pessoas, Animais e Natureza (PAN), elogiou no Orçamento "a opção pela procura de receita através de impostos indiretos", que permite às famílias não serem diretamente atingidas nos seus rendimentos". "Não verificamos, no entanto, estratégias que tenham um impacto a longo prazo no bem-estar de pessoas e animais e na salvaguarda da natureza", disse o único eleito do PAN.
BE, PCP e PEV revelaram, no fim de semana, que iriam votar favoravelmente a proposta legislativa do OE, cuja votação decorre amanhã, terça-feira.