Catarina Martins, ex-líder do Bloco de Esquerda, é a cabeça de lista às eleições europeias, que vão decorrer no dia 9 de junho.
Corpo do artigo
A escolha foi votada pela Mesa Nacional do Bloco de Esquerda, este sábado, e anunciada em conferência de imprensa por Mariana Mortágua, transmitida pelas televisões. "Catarina Martins representa a candidatura mais forte que a esquerda pode apresentar nas eleições europeias e é por isso que será cabeça de lista do BE nestas eleições", justificou a atual coordenadora do BE.
“A Catarina Martins é uma das dirigentes da esquerda europeia com mais experiência e mais reconhecimento. Conhece este país como ninguém, conhece também, como poucas, o contexto político europeu, o funcionamento das instituições europeias. É uma pessoa capaz de articular a esquerda à escala europeia, já o fez no passado, é capaz de o fazer no futuro”, argumentou Mariana Mortágua, que não vê "melhor pessoa" para travar a "luta contra a extrema-direita" que o partido prevê que aconteça nas eleições para o Parlamento Europeu.
Questionada sobre o resultado da votação, a coordenadora bloquista adiantou que a escolha foi feita "por larguíssima maioria".
BE insiste em "projeto alternativo" de Esquerda
Agitando as bandeiras da defesa do Estado Social, da igualdade, do respeito, da democracia, dos direitos laborais e do ambiente, Mariana Mortágua salientou que o Bloco "não desiste de apresentar um projeto alternativo", asseverando que essa afirmação da Esquerda portuguesa "começa já nas eleições europeias".
"O combate à extrema-direita faz-se desde logo na Europa e no Parlamento Europeu", assegurou Mariana Mortágua, dando conta de que é preciso "organizar a Esquerda" à escala europeia, apresentando um projeto que "não ponha em causa os direitos humanos com políticas de migração e políticas agressivas contra refugiados".
Uma década à frente do BE
Eleita deputada pela primeira vez nas legislativas de 2009, então como independente nas listas do BE, Catarina Martins viria a passar mais de dez anos à frente do BE, entre 2012 e 2023, em parceria com João Semedo nos dois primeiros anos e depois sozinha. Na sequência das legislativas de 2022, em que o partido teve maus resultados nas urnas, em comparação com os atos eleitorais anteriores, Catarina acabaria por passar o testemunho a Mariana Mortágua no ano passado, na XIII Convenção Nacional do partido.