A "pequenina" Catarina Martins e a sua "campanha grande" foram esta quinta-feira até à Feira de Barcelos, em Braga, numa receção calorosa que também contou com pedidos para que não esqueça "os mais pobres" na viagem até ao Parlamento Europeu.
Corpo do artigo
"A Catarina Martins parece maior na televisão. Afinal é tão grande como eu", brincou um senhor de estatura baixa que abordou a cabeça de lista do Bloco de Esquerda às eleições europeias logo à entrada de uma das feiras mais antigas do país, que se realiza todas as quintas-feiras.
Antes mesmo de entrar no recinto da Feira de Barcelos, já Catarina Martins ouvia comentários sobre a sua altura, que ronda um metro e meio.
"A televisão engana muito, a gente começa a olhar para aquela televisão e a senhora parece uma senhora toda elegante e forte e aqui... você tem raça minhota. A mulher e a sardinha querem-se mais pequenina!", clamou um outro barcelense.
Com a gaita-de-foles e o bombo da comitiva bloquista a marcar o passo, Catarina Martins foi abordando alguns populares e distribuindo panfletos que convidou a ler "quando houver vagar".
Entre bancas de fruta, legumes, pão e flores, Catarina Martins ouviu desejos de "boa sorte" e "força", muitas solicitações para fotografias, "um abracinho" ou "um beijinho", e levou para casa um ramo de pequenos cravos-da-índia, laranjas, oferecido por uma das vendedoras.
"Catarina, tem uma campanha grande! Uma campanha grande e uma mulher pequenina!", ouviu-se perto da banca da fruta.
Brincadeiras à parte, a vendedora aproveitou o momento para alertar Catarina Martins de que existem poucos jovens a trabalhar na agricultura, e que a longo prazo pode não haver "nada para comer".
"Temos que arranjar maneira de que quem trabalha na agricultura tenha um salário que valha a pena, que é para ficarem", respondeu a bloquista.
Mas os avisos não se ficaram por aí: Catarina Martins ouviu lamentos de reformas baixas, a rondar os 500 euros, e pedidos para que não esqueça "os pobres" caso seja eleita no domingo.
"Ajudar os pobres porque eles precisam de solidariedade e os ricos não fazem isso, só riem dos pobres", apelou uma senhora, que se juntou aos apelos de uma outra: "Que corra tudo bem, e olhe por nós, pela classe baixa, por quem ganha pouco".
Catarina, a "pequenina", ouviu e prometeu não esquecer estas preocupações numa eventual viagem até Bruxelas e Estrasburgo.