Cavaco homenageia Catroga, "um dos melhores ministros das Finanças em democracia"
O antigo presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, juntou-se à homenagem feita pela Ordem dos Economistas a Eduardo Catroga. Cavaco descreveu o seu antigo ministro das Finanças como "um dos melhores ministros das Finanças do Portugal democrático". Criticou governantes, mas não esclareceu a quem se dirigia.
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No Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), em Lisboa, Cavaco Silva referiu-se a Catroga como "um amigo de longa data". Interpelado pelos jornalistas, recusou responder a perguntas sobre atualidade política.
Questionado sobre as responsabilidades de Eduardo Catroga no caminho para a austeridade, Cavaco gracejou: "Austeridade tenho tido eu com as palavras". Catroga, recorde-se, foi o representante do PSD nas negociações do Orçamento do Estado de 2011 com a 'troika', tendo também coordenado o programa de Pedro Passos Coelho para as legislativas desse ano.
No discurso, Cavaco destacou o "currículo impressionante" de Catroga. No seu entender, o gestor foi "um brilhante gestor empresarial", que soube aliar uma "apurada visão estratégica" à "perspicácia" na definição dos melhores caminhos para as empresas.
O antigo presidente também reservou algumas palavras para o período, entre 1993 e 1995, em que Catroga foi seu ministro das Finanças. Recordou-o como "um economista que não recusou passar a escrito as suas ideias, propostas e análises, distinguindo-se daqueles que se limitam a meras intervenções verbais ou declarações jornalísticas para que a falta de rigor e a incoerência intemporal das posições assumidas sejam apagadas pela passagem do tempo". Questionado sobre quem seria o destinatário dessas palavras, não respondeu.
Eduardo Catroga, de 80 anos, recebeu, esta terça-feira, o título de economista emérito, atribuído pela Ordem dos Economistas. Questionado sobre se, atualmente, Portugal vive em austeridade, respondeu que o país "não precisa de austeridade porque teve a taluda da inflação", insurgindo-se contra a "carga fiscal asfixiante".