Rio escolheu Carlos Duarte para a CCDR mas este resiste a ser número dois. Governo indica Célia Ramos para equipa de António Cunha, enquanto Freire de Sousa assume estar fora da corrida.
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A negociação entre Rui Rio e António Costa para a nova equipa da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Norte está atrasada porque o PSD ainda não indicou o seu vice-presidente devido às "negas" de Carlos Duarte, que o partido ainda está a tentar convencer. Os autarcas sociais-democratas do Norte indicaram aquele antigo dirigente dos fundos comunitários e também António Cunha para liderar a região, tendo Rio escolhido este ex-reitor da Universidade do Minho para presidente.
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Os convites a Carlos Duarte foram confirmados ao JN por fontes da direção do PSD. Admitiram que o compasso de espera deve-se ao facto de continuarem a aguardar uma resposta definitiva do ex-secretário de Estado Adjunto do ministro da Agricultura. O partido promete concluir esta semana o processo para as eleições de 13 de outubro.
"Os autarcas do PSD indicaram António Cunha e Carlos Duarte. Rui Rio preferiu o ex-reitor para presidente", disse ao JN um autarca, confirmando que Carlos Duarte recusou logo ficar como vice. Em 2014, foi escolhido por todos os autarcas para continuar a gerir o programa operacional do Norte, mas o Governo de Passos Coelho vetou.
Célia Ramos confirmada
O PS continua à espera. E António Cunha só será confirmado como sucessor de Freire de Sousa depois de estarem fechadas as vice-presidências. Porém, fonte do PSD já o dá como garantido.
Costa aplaude o nome de António Cunha. Escolheu manter Célia Ramos como vice e o PSD já aceitou.
Um dirigente socialista disse ao JN que "Célia Ramos é consensual", até "por não ser uma pessoa partidariamente muito marcada", embora "seja próxima do PS e tenha integrado o Governo de Costa" (secretária de Estado do Ordenamento do Território). "É um quadro da CCDR", com "rigor técnico e isenção", acrescentou.
Freire chama dirigentes
Terça-feira ao final da manhã, Freire de Sousa chamou os dirigentes ao auditório da CCDR-N para os informar que não será candidato. Aos ausentes, em teletrabalho, enviou um email. E ao início da tarde, num comunicado à Lusa, criticou a forma como a eleição indireta está a ser conduzida.
O JN não conseguiu falar com Freire de Sousa, mas sabe que não se opunha a permanecer no cargo. No último mês, recebeu apoio de autarcas como Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto. Moreira é crítico do formato de eleição escolhido pelo Governo e do facto de o PS e o PSD estarem, em bloco central, a negociar candidatos. Há um mês, classificou a eleição de "farsa" e "embuste". O presidente e um vice das CCDR serão eleitos pelos autarcas de cada região, sendo a larga maioria militantes de um dos dois partidos.
Uma das razões invocadas por Freire de Sousa para não querer candidatar-se foi a "profunda discordância em relação à lei que define o processo eleitoral" e o facto de o modelo retirar equilíbrio e "robustez institucional" à instituição. Recorde-se que os autarcas vão sufragar um presidente negociado entre os dois partidos e que, apesar da eleição, o Governo o pode demitir.