Coligação volta a cair. Das sete câmaras perdidas, quatro são no Alentejo. Líder parlamentar culpa "campanha anticomunista" pelos resultados.
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A CDU conseguiu manter as duas capitais de distrito que detinha, Setúbal e Évora, mas não se livrou do susto pois em ambas teve menos votos do que em 2017. No total, a coligação perdeu sete câmaras, quatro no Alentejo; ficou com menos três bastiões (Moita, Mora e Montemor-o-Novo), recuperou duas autarquias (Barrancos e Viana do Alentejo) e terminou a noite com 19. O líder parlamentar, João Oliveira, culpou a Comunicação Social pelos resultados.
Contas feitas, a CDU manteve seis bastiões, perdendo um terço. Avis, Arraiolos, Santiago do Cacém, Serpa mantêm-se fiéis. Seixal e Palmela também, mas sem maioria absoluta.
"A confirmação da CDU como terceira força mais votada, como a grande força de Esquerda no poder local é um resultado que tem de ser valorizado, ainda que cirurgicamente seja apagado na Comunicação Social", defendeu João Oliveira, numa declaração escrita enviada às redações. O líder parlamentar alega que os resultados são "inseparáveis" de fatores como o impacto da pandemia e "os efeitos de uma prolongada e intensa campanha anticomunista". Além das 19 autarquias conquistadas (menos cinco do que há quatro anos), frisa o reforço dos resultados em Lisboa, Porto, Coimbra, Braga e Viana do Castelo.
Jerónimo de Sousa assumiu que a coligação "ficou aquém dos objetivos" e garantiu que continuará no cargo. "Por enquanto, aquilo que sei é que essa questão não está colocada", frisou, na noite eleitoral.
João Ferreira, apontado como possível sucessor na liderança comunista, reforçou a posição em Lisboa (voltando a ser terceira força política na capital e mais de 10% dos votos) e foi das reeleições mais celebradas.
Loures, recuperada em 2013, foi a derrota inesperada, perdida por cerca de dois mil votos para o PS, embora mantendo os quatro vereadores. Nas redes sociais, Bernardino Soares assumiu o "mau resultado" e garantiu deixar "obra feita".
Das setes câmaras perdidas, seis (além dos três bastiões e de Loures, também Alvito e Alpiarça) passaram para o PS e uma para a coligação de Direita (Vila Viçosa). Ainda assim, Jerónimo garantiu que as autárquicas "não são determinantes no plano de definição da política nacional", não se esgotando esta no Orçamento do Estado para 2022, avisou.