
Tony Dias/Global Imagens/Arquivo
A administração do Centro Hospitalar do Baixo Vouga garantiu esta terça-feira que nenhuma situação de doentes a passar fome foi alguma vez relatada, nem sequer pela própria Comissão de Utentes.
A Comissão de Utentes de Saúde de Aveiro (CUSA) emitiu um comunicado afirmando ter conhecimento de "problemas graves" no Centro Hospitalar do Baixo-Vouga (CHBV), por falta de assistentes operacionais suficientes para distribuir a alimentação e tratar da higiene dos doentes internados, falando mesmo na existência de "doentes com fome no internamento".
A administração do Centro Hospitalar reagiu numa nota enviada à Lusa em que garante que "em 2016, não existe nenhuma reclamação registada e, contactados os responsáveis pelos serviços citados no comunicado (serviço de Ortopedia, Cirurgia e Medicina), a resposta foi unânime: não há registos, nem relatos de situações similares à descrita, apresentadas pelos doentes ou pelos seus familiares".
"Refutamos categoricamente as afirmações contidas no comunicado da CUSA, lamentando profundamente que, uma vez mais, esta Comissão, que tem assento no Conselho Consultivo do Centro Hospitalar, local onde pode e deve colocar as questões, opte por trazer para a praça pública situações que geram desconfiança e insegurança na população, sem primeiro as expor no local próprio", afirma-se na nota da administração hospitalar.
Reconhecendo que os assistentes operacionais "não são em número ideal", o conselho de administração refere que "no caso específico da alimentação de doentes dependentes, são coadjuvados pelo corpo de voluntários do CHBV (cerca de 125 pessoas), que presta colaboração diária e lembra que o Regulamento de Visitas possibilita o acompanhamento de um familiar ou pessoa significativa para o utente a partir das 12 horas até às 20 horas, justamente para que possa ajudar na alimentação se esse for o desejo da família.
A Comissão de Utentes de Saúde de Aveiro (CUSA) descreveu que a alimentação é fornecida aos serviços por uma empresa de catering, cabendo depois aos assistentes operacionais a sua administração aos doentes que não conseguem alimentar-se pela própria mão.
"Sucede que o número de assistentes operacionais por serviço não é suficiente para alimentar os doentes que necessitam de ajuda, antes que a empresa de catering venha recolher o carrinho com os tabuleiros à hora definida. O mesmo se passa quanto aos cuidados de higiene prestados aos doentes dependentes", explicita o comunicado da comissão de utentes, considerando a situação "particularmente grave nas enfermarias de Cirurgia, Ortopedia e Medicina Interna".
