Centros de saúde e unidades de saúde familiar passam a poder testar os utentes à covid-19 antes das consultas. Governo admite limitar preços dos autotestes se "necessário".
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Os utentes que se dirijam aos centros de saúde ou às unidades de saúde familiar para as consultas presenciais vão poder fazer testes rápidos de antigénio (TRAg) aos SARS-CoV-2, se concordarem com a sua realização.
A medida é uma das atualizações à Estratégia Nacional de Testes para SARS-CoV-2, divulgada esta sexta-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS), que desta forma passa a incluir estes testes em mais situações de despiste da covid-19.
Recorde-se que as Administrações Regionais de Saúde (ARS) vão começar a receber mais de um milhão de TRAg para os rastreios, principalmente nos concelhos com incidência superior a 120 casos por 100 mil habitantes.
A alteração também esclarece que, nos casos de TRAg realizados nos rastreios comunitários ou ocupacionais, como as escolas e fábricas, com diagnóstico positivo, o resultado deve ser confirmado por testes laboratoriais como os PCR.
Nas populações vulneráveis - como residentes em lares, estabelecimentos prisionais ou centros de acolhimento de migrantes e refugiados - os utentes devem ser testados 72 horas antes da admissão, por PCR. Mas, se tal não for possível, deve ser utilizado um teste rápido de antigénio.
Esta atualização da norma surge na mesma altura em que iniciou funções a nova "task force" para a testagem, coordenada por Fernando de Almeida, presidente do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Em declarações ao Público e à RTP o responsável adiantou que serão criados postos para testagem sistemática junto a transportes públicos, universidades, concertos e espaços com grandes aglomerações de pessoas, e instaladas equipas de intervenção rápida nas ARS para atuarem em caso de surtos.
O responsável revelou ainda que o país deverá receber 12 a 13 milhões de testes. "Nesta fase, o importante é interromper a cadeia de transmissão", disse.
Alargar a testagem
Após o Conselho de Ministros desta sexta-feira, a ministra de Estado e da presidência, Mariana Vieira da Silva, admitiu a possibilidade do Governo impor um limite de preços aos autotestes à covid-19, que ainda não começaram a ser vendidos, se entender que é "necessário".
A governante frisou que o Executivo tem "procurado uma estratégia de alargamento muito significativo" da testagem. "É já visível que, apesar de uma incidência muito baixa, mantemos um nível mais elevado de testes", prosseguiu, acrescentando que depois das escolas, serão realizados rastreios no ensino superior, antes das aulas presenciais serem retomadas.