Chegaram a Portugal, desde o início da guerra, 55 635 cidadãos oriundos da Ucrânia. No entanto, nem todos são ucranianos. Entre os refugiados acolhidos no nosso país, contam-se 106 nacionalidades diferentes. Desses, segundo o Alto Comissariado para as Migrações, 38 624 são pessoas em idade ativa e mais de 6700 já foram contratadas para trabalhar, através de ofertas disponibilizadas pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).
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Ao JN, o Alto Comissariado para as Migrações recordou que o Governo português ativou, a 1 de março, logo após o início do conflito, "a proteção temporária de todos os cidadãos deslocados da Ucrânia, independentemente da sua nacionalidade, acompanhada da atribuição automática dos números administrativos (número fiscal, número de beneficiário da Segurança Social e número de utente do Serviço Nacional de Saúde)". Essa decisão visava garantir a esses refugiados o exercício de direitos e, consequentemente, permitir-lhes trabalhar em Portugal.
Pavlo Sadokha, presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal, sublinha que a integração no mercado de trabalho dos refugiados da Ucrânia não tem sido fácil, devido à "variedade linguística. Não conseguem comunicar bem. Além disso, estes migrantes não foram preparados para a emigração, uma vez que foram apanhados de surpresa. E, agora, estão à procura de trabalho adequado à sua formação, que, em muitos casos, está ao nível do Ensino Superior, e nem sempre conseguem", explica.
Para ajudar na integração, o Governo já antecipou para os 16 anos a idade mínima para frequência dos cursos de português - língua de acolhimento. Segundo o Alto Comissariado para as Migrações, "até ao momento, inscreveram-se mais de 7800 pessoas" nessas formações, algumas das quais podem ser feitas em regime não presencial.