A DGS decidiu manter a cerca sanitária no concelho de Ovar por mais 15 dias, permitindo, no entanto, que a Câmara Municipal de Ovar abra um corredor para escoar a produção das fábricas do concelho, que se estima em mais de 450 milhões de euros em mercadoria.
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Será também possível às empresas do concelho que ainda laboram adquirir matéria-prima, para não pararem a produção, já que as medidas de contenção da Covid-19 atingiram praticamente todos os setores da atividade em Ovar.
O prolongamento da cerca sanitária terá também um regime de exceção para restaurantes que pretendam continuar a trabalhar em regime de "take away".
O presidente da câmara de Ovar, Salvador Malheiro, já comentou a decisão, mostrando o seu apoio à manutenção do cerco, apesar de reconhecer e compreender a insatisfação de muitos dos afetados pela medida.
"Manter o cerco nada tem a ver com a criação de um novo cerco. Trata-se sim de não desperdiçar todo o trabalho positivo que foi feito até hoje em Ovar. Apesar dos indícios positivos no concelho, a situação ainda não está controlada", explicou na sua página de Facebook.
"Tenho esperança de que este esforço que está a acontecer em Ovar, maior que nos outros concelhos, nos vai permitir sair mais cedo desta crise e reerguer a nossa economia local mais depressa e assim ajudar o nosso País. Primeiro a VIDA HUMANA. Primeiro as PESSOAS. Temos que salvar o máximo de Vidas Possível", explicou, numa mensagem dirigida à população de Ovar.
De igual forma, defendi junto do Governo a permissão de um corredor de mercadorias para as nossas indústrias que possibilite uma redução dos seus prejuízos por continuarem fechadas. E também defendi a possibilidade dos take away poderem trabalhar.
Segundo o boletim diário da DGS, Ovar tem 209 casos de Covid-19, apesar de na informação se salientar que estes dados correspondem apenas àqueles que estão inseridos no sistema informático SINAVE (Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica). O município contabiliza 313 casos positivos da Covid-19 no concelho, assim como 13 óbitos e cinco recuperações.
Do universo de doentes em causa, 128 residem na freguesia de Ovar, 71 na de São João de Ovar, 38 na de Válega e 20 na cidade de Esmoriz, repartindo-se os restantes pelas freguesias de São Vicente Pereira, Cortegaça, Maceda e Arada. Há ainda 11 casos positivos sinalizados com tendo "morada desconhecida".
A 17 de março, o Governo declarou o estado de calamidade pública no concelho de Ovar e, no dia 19, decretou o estado de emergência para todo o país, que será prolongado até 17 de abril.