A médica que fez os diagnósticos para a série televisiva "Dr. House" diz que profissionalmente, não pode defender a personagem interpretada por Hugh Laurie.
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Esteve há cerca de duas semanas no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, para participar na iMed Conference. Lisa Sanders, interna no Hospital Yale-New Haven e professora na Escola de Medicina da Universidade de Yale, passou anos a ajudar a produção de "Dr. House" a escrever os episódios da série. São seus os (inesperados) diagnósticos que a personagem de Hugh Laurie fez ao longo dos oito anos em que a trama foi emitida.
"Professionalmente, não posso defender o comportamento de House. É uma personagem irascível, seja qual for o ponto de vista. Só tem uma virtude: de repente faz 'clique' e diz 'alto, não estamos a fazer as coisas bem, estamos enganados" - contou Lisa Sanders ao jornal espanhol "ABC".
Todos os sintomas dos pacientes, os efeitos secundários de medicamentos e as complicações das próprias doenças que surgem na série são fruto do trabalho desta médica, que antes de se dedicar aos cuidados de saúde e se tornar especialista em diagnóstico foi jornalista, tendo vencido um Emmy pelo seu trabalho para a "CBS News".
Deve a sua colaboração em "Dr. House" ao produtor da série, Paul Attanasio, que descobriu as suas capacidades através da coluna que a médica assinava no "The New York Times" e no blogue "The Well", do mesmo jornal norte-americano.
Três anos depois do final da história à qual deu assessoria técnica, Lisa Sanders admite que soube, desde que viu o episódio piloto, que esta se iria tornar um sucesso. No entanto, não a aconselha a todos os espectadores. "Não sei se a recomendaria aos estudantes de medicina", remata.