Chega: Uma "força gigantesca" que foi insuficiente para o ambicionado 3.º lugar
Chega estreia-se nas autárquicas com 19 vereadores em sete distritos. "Vitória não total", diz André Ventura. Líder do partido eleito deputado municipal em Moura e atriz Maria Vieira em Cascais.
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Com uma "vitória não total" e assumindo que o Chega falhou a ambição do terceiro lugar entre os partidos mais votados em Portugal, André Ventura sublinhou que os resultados eleitorais transformam o partido numa "força gigantesca implementada na grande maioria das autarquias de Portugal".
Em 69 dos 220 municípios onde apresentou candidaturas, o Chega obteve 172 mandatos para assembleias municipais, e 204 para assembleias de freguesia. Ao longo da noite eleitoral, o número de vereadores do Chega ia crescendo, aumentando a alegria das dezenas de militantes que escolheram Braga para ficar a conhecer os resultados. No total, foram eleitos 19 vereadores em sete distritos: seis em Lisboa (nos concelhos da Azambuja, Cascais, Odivelas, Loures, Vila Franca de Xira, Sintra), quatro em Santarém (Benavente, Entroncamento, Salvaterra de Magos, Santarém), dois em Beja (Moura, Serpa), Faro (Loulé, Portimão) e Setúbal (Seixal, Sesimbra), e um em Braga (Vila Verde) e Viseu (Mangualde).
Em Braga, a cabeça de lista Eugénia Santos não foi eleita, apesar das expectativas do partido. Entre os eleitos, estão a atriz Maria Vieira para Cascais e André Ventura para Moura. Ventura era candidato, como cabeça de lista à Assembleia Municipal. O Chega ficou em terceiro lugar, elegendo um vereador e seis deputados municipais, e ficando com 14,35% dos votos, longe do resultado registado por André Ventura no mesmo concelho nas presidenciais (30,85%). No que se refere a Lisboa, onde Nuno Graciano era cabeça de lista, o Chega não conseguiu qualquer vereador, ficando-se pelos três deputados municipais e 11 eleitos para as freguesias.
Adeus no Porto
Questionado sobre eventuais coligações pós-eleitorais, Ventura garantiu que "não será muleta de ninguém" e que se esses partidos não se quiseram aliar antes, o Chega "não o quer depois". "Não haverá nenhum acordo autárquico entre PSD e Chega, não haverá nenhuma plataforma de entendimento enquanto isso não acontecer a nível nacional. Nós não estamos à venda", afirmou.
No Porto, António Fonseca, cabeça de lista do Chega à Câmara, desligou-se do partido pouco depois de conhecidos os resultados eleitorais. "Hoje dou como concluída a minha ligação ao Chega, foram sessenta dias que me proporcionaram conhecer boas pessoas, contudo face aos resultados não faz sentido continuar", escreveu nas redes sociais o candidato, que foi presidente da União de Freguesias do Centro Histórico pelo movimento de Rui Moreira.