Chega vai propor Gabriel Mithá Ribeiro a vice caso Pacheco de Amorim falhe eleição
O presidente do Chega, André Ventura, anunciou, esta sexta-feira, que o grupo parlamentar vai candidatar Gabriel Mithá Ribeiro para a vice-presidência da Mesa do parlamento caso o deputado Diogo Pacheco de Amorim falhe a eleição.
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"Foi decidido que caso se confirmem as informações que estão a vir a público que o PS, BE e PCP - não sabemos ainda o PSD - se preparam para chumbar o nome do candidato à vice presidência do Chega à Assembleia da República, o Chega proporá na mesma sessão, e dará nota disso à conferência de líderes, o professor Gabriel Mithá Ribeiro como candidato consecutivo a vice presidente", anunciou André Ventura.
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Em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, Ventura disse que o partido proporá o novo nome "na própria sessão" e dará nota ao gabinete do presidente da Assembleia da República de que a intenção do Chega é que "se realize imediatamente outra votação", caso o nome de Diogo Pacheco de Amorim seja chumbado.
Gabriel Mithá Ribeiro foi cabeça-de-lista do Chega pelo círculo eleitoral de Leiria, é um dos vice-presidentes do partido e coordenador do gabinete de estudos.
André Ventura disse ainda que Pedro Pinto será o líder parlamentar e que terá como vice-presidentes de bancada Bruno Nunes e Rui Paulo Sousa.
Chega recorreu da anulação de votos dos emigrantes
O presidente do Chega anunciou hoje que o partido recorreu ao Tribunal Constitucional da decisão de anulação dos votos dos emigrantes nas legislativas, e disse que vai pedir reuniões a todos os partidos sobre uma reforma do sistema eleitoral.
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"Apresentámos o recurso contencioso junto do Tribunal Constitucional para dar voz à frustração de centenas de milhares de emigrantes que viram o seu voto defraudado, anulado ou destruído", anunciou Ventura, em conferência de imprensa, na sede do Chega, em Lisboa, depois de uma reunião dos deputados eleitos pelo partido nas legislativas antecipadas de 30 de janeiro.
Para Ventura, "o recurso é fácil de perceber: houve uma decisão que anulou milhares de votos, 80% dos votos só no círculo da Europa foram anulados, porque não vinham com cartão de cidadão anexo".
"Isto é um absurdo, num momento de desmaterialização dos processos, em que há a possibilidade de fazer leitura ótica de um código de barras desta identidade e garanti-la, anular estes votos apenas serviu os interesses provavelmente de outros partidos ou de alguns partidos", argumentou.
Ventura disse ainda que o partido vai propor a todos os partidos reuniões para se chegar a um consenso sobre uma reforma do sistema eleitoral "que facilite e flexibilize a mecânica da votação a nível internacional, mas que também permita que os votos cheguem efetivamente aos emigrantes, que seja mais fácil votar e que seja um processo mais rápido, desmaterializado e menos burocrático".
Para o Chega esta "é uma matéria que não deve ser partidária, deve ser consensualizada ao máximo com todas as forças políticas para que não haja aproveitamentos" e é " uma reforma que interessa a todos".
Novas medidas
O presidente do Chega adiantou ainda nesta conferência de imprensa os temas das primeiras iniciativas legislativas que o grupo parlamentar vai apresentar no início da XV legislatura, sendo a primeira a criação de "uma pensão mensal mínima de 300 euros para todos os ex-combatentes, independentemente do tempo de serviço". "É mais do que digno para assegurar o esforço e o trabalho e a dedicação daqueles que lutaram pelo país e que estão hoje muitas vezes em situação de pobreza", sustentou.
A segunda medida será "a reforma do sistema de portagens em Portugal, a começar pela abolição das portagens do interior e do Algarve", que segundo o líder terá "custos definidos, gradualmente numa evolução que vá até ao final da legislatura e que comece pelas zonas mais despovoadas e mais afetadas, o interior e também o Algarve".
O Chega quer também o regresso dos debates quinzenais, para que estes possam "servir de escrutínio, que é cada vez mais importante sobretudo quando o governo tem maioria absoluta".
O Chega apresentará ainda como medida o aumento em 300 euros do subsídio de risco dos polícias.
Nas eleições legislativas de 30 de janeiro, o Chega passou de um deputado único, André Ventura, para uma bancada parlamentar com 12 deputados, tendo sido a terceira força política mais votada a nível nacional, com 410.965 votos, o equivalente a 7,28%.