A vacinação contra o vírus do papiloma humano (HPV) tem sido um sucesso e especialistas apontam para a extinção da doença que mata 850 pessoas por ano.
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Segundo uma revisão de 65 estudos que abrangem uma população de 60 milhões de pessoas, os números de casos de HPV estão a diminuir, mostrando que os esforços de vacinação estão a ter resultados. Tudo aponta para que, nas próximas décadas, o vírus seja extinto.
O vírus do papiloma humano é o nome mais comum de um vírus que se apresenta em 100 tipos diferentes e é responsável pela maior parte dos cancros do colo do útero. Muitas mulheres são afetadas sem sofrerem qualquer tipo de sintoma negativo. O vírus só se manifesta em infeções de alto risco. Uma infeção com HPV pode causar verrugas genitais, cancro do colo do útero ou até tumores na cabeça e pescoço.
Os estudos foram realizados em 14 países que administraram a vacina de prevenção do HPV, que, em diferentes doses, previnem o aparecimento de variantes distintas da doença.
Foram comparados casos de verrugas genitais e células cancerígenas do cancro do colo do útero (HPV tipos 16 e 18) antes e depois da administração da vacina entrar em vigor. Na faixa etária dos 15 aos 19 anos, houve uma queda de 83% no aparecimento da doença. E uma queda e 51% no aparecimento de células cancerígenas. Em mulheres entre os 20 e os 24, houve uma redução de 66% e menos 31% de casos ligados a células cancerígenas.
O aparecimento de verrugas genitais em rapazes dos 15 e os 19 também caiu 50%. Em setembro, a vacina passará a ser administrada em rapazes com 12 e 13 anos, em Inglaterra. Em Portugal, a Direção Geral de Saúde recebeu um parecer que recomenda o alargamento da vacina aos jovens do sexo masculino.
A vacinação não previne todos os tipos de HPV. Como tal, é preciso manter um acompanhamento especializado para impedir o aparecimento de alguma infeção. Todos os anos, são identificados 3200 casos de cancro do colo do útero que resultam em 850 mortes.
O responsável pela associação de prevenção do cancro do pescoço no Reino Unido, Jo Robert Music, espera que os novos resultados mostrem às pessoas o poder de prevenção da vacina para que mais vidas possam ser salvas.