Conheça os candidatos e as principais batalhas autárquicas no país.
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Lisboa
Uma "onda" que se procura alastrar para o resto do país
É na luta pela capital da que a fasquia foi colocada no patamar mais alto. Foi o próprio líder do CDS/PP, Francisco Rodrigues dos Santos, quem o disse: espera que Carlos Moedas derrube o socialista Fernando Medina da Câmara de Lisboa, criando uma onda que "contagie o resto do país". Uma meta que o presidente do PSD, Rui Rio, não acompanha, apresentando o ex-comissário europeu apenas uma "candidatura forte". É que a batalha não é fácil. E pouco comuns as situações em que um autarca não é reeleito. Talvez por isso Fernando Medina ainda nem oficializou a candidatura, ao contrário da CDU, relançando João Ferreira; do BE, com Beatriz Gomes Dias; Chega, com Nuno Graciano; IL, com Bruno Horta Soares; Volt, com Tiago Matos Gomes; e Nós, Cidadãos com Sofia Afonso Ferreira.
Porto
Oposição vai a jogo "sem a obrigação" de ganhar eleições
Num concelho onde os aliados PSD e CDS-PP partem de lados opostos, presume-se que o caso Selminho seja o calcanhar de aquiles de Rui Moreira. Mas não o suficiente para garantir uma vitória do social-democrata e antigo vice-presidente da Câmara Vladimiro Feliz. No Porto, a fasquia "laranja" é baixa, com o líder Rui Rio a declarar que o PSD "não tem a obrigação de ganhar". No Porto, joga-se pela perda da maioria absoluta de Rui Moreira, que mantém o apoio do CDS-PP e só ainda não avançou oficialmente porque aguarda pela entrada em vigor das novas regras para as candidaturas independentes. O PS ainda não tem candidato e a CDU joga tudo numa figura conhecida: Ilda Figueiredo. O BE acredita que ganhará o seu primeiro vereador com Sérgio Aires. O PPM avança com Diogo Dantas.
Coimbra
Um candidato que divide partido e aliados de coligação
Desde o início que a aposta do PSD para derrubar o autarca socialista e presidente da Associação de Municípios, Manuel Machado, não tem sido pacífica. A polémica instalou-se com a rejeição do vereador Nuno Freitas. E continua com a ameaça do CDS/PP em sair da coligação, tal como já fez o MPT. Ainda assim, o líder do PSD acredita que o ex-bastonário dos Médicos, José Manuel Fernandes, que concorreu em 2017 como independente, consegue "roubar" a Câmara ao PS (que há quatro anos ganhou com 35,46%). "Quando chegarmos ao Natal, o novo presidente da Câmara vai ser doutor José Manuel Silva", disse Rui Rio, ao apresentar o candidato. No terreno já andam Jorge Gouveia Monteiro (Cidadãos por Coimbra), Francisco Queirós (CDU) e Miguel Ângelo Marques (Chega).
Gaia
Aposta no poder da "bola" para voltar a ganhar autarquia
Foi a contar com o mediatismo do ex-jogador e ex-selecionador nacional António Oliveira que Rui Rio "rompeu" com o princípio de não misturar política com futebol e tentar recuperar a Câmara que Luís Filipe Menezes colocou no mapa nacional e está, há oito anos, nas mãos do absolutíssimo socialista Eduardo Vítor Rodrigues, que preside ao Conselho Metropolitano do Porto. A escolha, apoiada por CDS/PP e PPM, foi desde o primeiro momento polémica, até porque António Oliveira é acionista do F. C. Porto, que tem o centro de estágios em Gaia, gerido por uma fundação de que faz parte a autarquia. Também envolvida em polémica foi a aposta do BE. O deputado Luís Monteiro afastou-se da corrida, mal foi acusado de violência doméstica. Já a CDU avança com a deputada Diana Ferreira.
Almada
À procura de reconquistar a Câmara perdida
Afastada do poder, há quatro anos, por 0,32% dos votos, a CDU aposta tudo na reconquista de um bastião perdido em 2017 para a socialista Inês Medeiros, que tem suscitado algumas polémicas, como a das declarações em que elogiava "a vista maravilhosa dos bairros sociais" de Almada. Para tal, os comunistas foram buscar a autarca de Setúbal, Maria das Dores Meira, impedida de se recandidatar, devido à lei de limitação de mandatos. A autarca avança para Almada rejeitando o rótulo de paraquedista, ao afirmar que "viveu e vive" no concelho. Enquanto Inês Medeiros não formaliza a recandidatura, o BE já repetiu a aposta na deputada e vereadora Joana Mortágua, o PSD (que está mais longe da corrida, com 14,13%) avançou com Nuno Matias, os liberais com Bruno Coimbra e o Chega com Manuel Matias.