Blocos de partos das Caldas da Rainha, Barreiro, Loures, Beja e Portimão fecham sexta-feira e só reabrem segunda.
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Cinco urgências de obstetrícia e blocos de parto vão estar encerrados na passagem de ano, três na região de Lisboa e Vale do Tejo, uma no Alentejo e uma no Algarve. Entre as 8 horas da próxima sexta-feira, dia 30, e as 8 horas do dia 2 de janeiro, as maternidades das Caldas da Rainha, do Barreiro, de Loures, de Beja e de Portimão terão apenas um médico obstetra a dar apoio ao internamento. Significa que os serviços fecharão a novas grávidas e parturientes, que terão de recorrer a outros hospitais. O INEM também terá de reencaminhar as utentes para outras maternidades.
O plano para o final do ano foi anunciado ontem pela Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS), que continua a envidar esforços para assegurar a resposta da rede de maternidades. Comparativamente com o Natal, o cenário melhorou. Haverá mais quatro blocos de parto abertos, num total de 33 a funcionar ininterruptamente. E o Hospital das Caldas da Rainha, que esteve em risco de transferir grávidas e parturientes já internadas por não ter qualquer médico nas escalas da passagem de ano, encontra-se agora numa situação melhor. Segundo os acordos celebrados entre a DE-SNS e hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo, estava previsto que a maternidade das Caldas da Rainha terminasse o ano no nível 4 de contingência, mas terá havido uma alteração de última hora que permitiu minimizar o constrangimento. Segundo apurou o JN junto de fonte da DE-SNS, aquela maternidade entrará no nível 3 de contingência (ler ficha ao lado), o que significa que terá um médico obstetra para dar apoio ao internamento e um cirurgião para dar resposta a situações de emergência. As outras quatro maternidades que vão encerrar no Ano Novo assumirão, também, o nível 3 do plano de contingência, confirmou a DE-SNS.
Nasceram 366 bebés no NATAL
Face ao período do Natal, haverá no Ano Novo mais quatro blocos de parto em funcionamento. As maternidades das Caldas da Rainha (Centro Hospitalar do Oeste) e de Beja (Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo) repetem o encerramento. No caso das Caldas da Rainha, a resposta mais próxima será em Santarém ou nos hospitais a norte de Lisboa. No caso de Beja, a solução fica mais distante: as utentes terão de recorrer ou ser transferidas para Évora, Lisboa ou Faro.
O bloco de partos do Hospital Beatriz Ângelo (Loures), que esteve aberto no Natal, encerra no final do ano, alternando com o do Hospital de Vila de Franca de Xira, que esteve fechado no Natal e estará aberto no final do ano. Nesta zona da região de Lisboa e Vale do Tejo, há mais quatro hospitais a dar resposta, designadamente o Hospital de Santa Maria, a Maternidade Alfredo da Costa, o Hospital São Francisco Xavier e o Hospital Fernando da Fonseca (Amadora- Sintra).
No mesmo comunicado em que anuncia os constrangimentos para o Ano Novo, a DE- SNS fez um balanço da primeira fase da operação "Nascer em Segurança no SNS". Informando que, das 8 horas do dia 23 até às 8 horas de ontem, "não se registaram alterações ao plano apresentado, com os 29 blocos de parto em atividade a funcionar de forma ininterrupta". A Direção Executiva refere, ainda, que "não foram registadas intercorrências, tendo a rede do SNS assegurado uma resposta articulada a todas as utentes que recorreram aos serviços de saúde" e que, durante a operação de Natal, nasceram 366 bebés no SNS.
CONTINGÊNCIA
Nível 1
O primeiro nível de contingência é o menos grave, de acordo com o plano da Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Bloco de Partos. Ainda assim, implica o encerramento do bloco de partos ao exterior e impede a admissão de novas parturientes, mantendo-se o apoio às que já estão internadas, as cesarianas eletivas, as induções de trabalho de parto e os episódios de urgência de ginecologia.
Nível 2
Encerra o bloco de partos na totalidade. Implica a transferência de grávidas em casos em que os nascimentos não possam ser adiados.
Nível 3
Implica o encerramento da urgência de ginecologia/obstetrícia e do bloco de partos. Mantém-se o apoio às doentes internadas e o apoio ao serviço de urgência geral. Prevê a presença física de um obstetra e de um cirurgião para emergências.
Nível 4
É o nível mais grave do plano de contingência. A ausência de especialistas de obstetrícia determina o encerramento do serviço de ginecologia e obstetrícia. Salvo casos excecionais, as grávidas e parturientes que estiverem internadas são transferidas para outro hospital.