A CIP - Confederação Empresarial de Portugal - desafiou o Governo para uma reunião antes da apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2024, para tentar concertar medidas que melhorem a economia nacional. O objetivo é juntar todo o Executivo.
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A intenção, explica a CIP num comunicado divulgado esta quinta-feira, é que diversos ministros (não apenas Economia e Finanças) participem num encontro de um dia antes da apresentação da proposta de lei, no Parlamento, a meio de outubro.
"Esta reunião tem como objetivo transmitir o que realmente está a acontecer na economia nacional e que, tantas vezes, chega tarde demais ao conjunto de indicadores económicos que constituem umas das bússolas da governação", lê-se no comunicado enviado à Imprensa pela CIP.
Para a Confederação, presidida por Armindo Monteiro, os indicadores económicos nacionais são "claros" e preocupantes e justificam a necessidade de cooperação. A CIP sublinha que apesar de no segundo trimestre a economia registar uma evolução de 2,3% quando comparada com período homólogo, comparativamente ao primeiro trimestre do ano, verifica-se "uma estagnação".
"O investimento, sinal vital da saúde económica, diminuiu 0,6% em termos homólogos, o que soma à redução de 4,5% verificada no primeiro trimestre", alerta a CIP, apontando ainda a quebra no consumo, em todos os setores, e o impacto provocado pela guerra na Ucrânia.
Já a inflação, argumenta a Confederação no comunicado, apesar de mais controlada, "só a prazo perceberemos se a ligeira subida registada em agosto pode motivar mais uma subida das taxas de juro, colocando ainda mais pressão sobre as famílias e as empresas".
Assim, defende a CIP, "a reunião de trabalho entre a CIP e o Governo - todos os ministros, não apenas os ministérios mais ligados à economia - tem como objectivo densificar o debate e ajudar a melhorar as políticas públicas para que Portugal consiga reduzir a incerteza e os riscos neste último trimestre do ano, mas também ao longo de 2024, que se apresenta como sendo de extrema dificuldade. A cooperação institucional é uma prática fundamental em democracias maduras".