O mau tempo continua, este domingo, a fustigar o país, em especial a zona Norte. Há diversas ocorrências provocadas pela chuva intensa e ventos fortes.
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O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou hoje sete distritos do país sob 'Aviso Vermelho' (o aviso mais grave do IPMA, numa escala de quatro, que indica situações meteorológicas de risco extremo), e até segunda-feira, devido à previsão de agitação marítima, com ondas que podem atingir os 14 metros.
A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) anunciou que vai manter o nível de alerta amarelo em Portugal até às 08:00 de segunda-feira, esperando-se um desagravamento a partir dessa hora.
Até às 13:00 de hoje, foram registadas 1.669 ocorrências envolvendo mais de 5.500 operacionais. Do total registado, assinalaram-se 393 quedas de árvores, 249 movimentos de massa, 599 inundações e 166 quedas de estruturas, referiu o comandante operacional nacional, destacando as zonas Norte e Centro do país como as mais afetadas pelo mau tempo.
A chuva persistente, por vezes forte, passará a aguaceiros, podendo, este domingo, contudo, ser acompanhada de trovoada e de granizo, em especial nas regiões do Norte e do Centro.
Os bombeiros encontraram, este domingo, o homem de cerca de 50 anos que tinha desaparecido, sábado, em Albergaria-a-Velha, levado pelas águas do Vouga.
A linha do Norte já está em funcionamento em todo percurso, embora ainda com limitações de velocidade.
A circulação de comboios na via sul-norte entre Aveiro e Estarreja foi hoje reposta pelo meio-dia, depois de ter estado interrompida devido ao mau tempo, informou a Infraestruturas de Portugal (IP). Ao início da tarde, foi reaberta também no sentido contrário. A circulação nos troços Alfarelos e Taveiro, na linha do Norte, foi também já reposta.
Em comunicado, a empresa informa que ainda se encontra suspensa a circulação ferroviária na linha da Beira Alta, por falta de energia entre Santa Comba Dão e Carregal do Sal.
Também na linha do Vouga continua interrompida a circulação de comboios entre Aveiro e Eirol, por inundação da via e uma vez que foi afetada a infraestrutura de suporte.
Hoje foram retomadas as buscas para encontrar o ciclista que no sábado foi levado pela corrente do Rio Vouga, na Estrada da Cambeia, em Angeja, Albergaria-a-Velha.
Inundações, quedas de telhas, de ramos, de chaminés e de algumas árvores foram as principais ocorrências provocadas pelo mau tempo no distrito do Porto, disseram à Lusa fontes dos bombeiros e de outras autoridades.
De acordo com os Sapadores do Porto e de Gaia, a noite foi considerada normal para as condições atmosféricas verificadas e só ao início da manhã os pedidos de auxílio começaram a chegar em maior número, a maior parte dos quais devido a quedas de telhas, de chaminés, pequenas inundações e "duas ou três" quedas de árvores.
Em Gaia, a queda de uma árvore, este domingo de manhã, deixou uma rua, em Gaia, intransitável.
Fonte da Capitania do Douro disse à Lusa que a possibilidade de eventuais cheias nas zonas ribeirinhas do rio Douro ainda não está excluída, mas para já "não há motivos de preocupação".
O aluimento de pavimento devido ao mau tempo obrigou, este sábado, ao corte da autoestrada A41, no nó de Alfena em direção à autoestrada A3. Os trabalhos na zona ainda continuam, este domingo de manhã. Os estragos estenderam-se à via no sentido contrário, que já tem a circulação condicionada. Não há previsão para a reabertura do trânsito na zona.
Em Coimbra, o caudal dos rios Mondego e Ceira têm vindo a baixar "de forma consistente", mas a água continua a ameaçar a povoação do Cabouco, o Parque Verde, a Praça da Canção, o Mosteiro de Santa Clara, que continua inundado, e alguns estabelecimentos comerciais na margem esquerda.
Algumas estradas municipais e caminhos rurais em Coimbra, Soure e Montemor-o-Velho continuam alagados, mas existem percursos alternativos devidamente assinalados e não há povoações isoladas.
A baixa da cidade de Águeda continua inundada, mas registou-se uma melhoria da situação durante a noite e prevê-se uma descida do nível das águas ao longo do dia. Em Águeda mantém-se interrompido o trânsito na estrada nacional n.º 1 e em várias estradas municipais, devido ao seu alagamento.
O Comando Distrital de Operações de Socorro de Aveiro informou hoje que devido às cheias várias estradas nacionais, incluindo a autoestrada A25, encontram-se encerradas na região de Aveiro.
Em Estarreja está cortada a estrada nacional 109, que serve de acesso à cidade pelo sul.
Em Albergaria-a-Velha está também cortada a circulação automóvel tanto na estrada nacional 109, entre Angeja e Cacia, como a autoestrada A25, no nó de Angeja.
Nos distritos de Coimbra, Castelo Branco, Santarém e Leiria o vento forte substituiu a chuva como a maior ameaça para as populações, registando-se dezenas de incidentes sem especial gravidade relacionados com quedas de árvores, placards publicitários, antenas e chaminés.
No Entroncamento, rajadas de vento forte contribuíram para o desmoronamento de uma casa devoluta, não havendo registo de feridos.
Apenas duas estradas permanecem abertas na Serra da Estrela, onde um forte nevão e muito vento isolaram a Torre e tornaram impraticável a circulação na maior parte das vias da montanha, por questões de segurança. A circulação na montanha está limitada aos troços Seia-Sabugueiro e Piornos-Covilhã.
O Centro de Limpeza de Neve da Serra da Estrela está a proceder a trabalhos de remoção de neve nas vias encerradas, usando limpa-neves, mas não há previsões sobre a hora a que as vias serão reabertas.
A neve está a condicionar a circulação automóvel nas terras altas do Centro, sobretudo nos distritos da Guarda e Viseu, tendo forçado o corte das Estradas Municipais (EM) 553 e 553/1, em Resende, nos troços Felgueiras-Feirão e Felgueiras-Panchora, e da 515, entre Tabuaço e Viseu.
A marginal da Nazaré foi cortada ao trânsito devido ao vento que está a empurrar a areia para a via e já destruiu a esplanada de uma gelataria, informou hoje a capitania do Porto.
O mau tempo também mais de 120 ocorrências no Alentejo e no distrito de Setúbal, informaram fontes da Proteção Civil, cerca das 15:20. Quedas de árvores, quedas de estruturas e de placas de sinalização temporária foram as principais consequências do mau tempo.