Coletivo de mulheres exige conhecer previamente relatório do CES sobre assédio
Um coletivo de mulheres, representado pela advogada Daniela Felix, e que denunciou alegados casos de assédio sexual e moral no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, pede à instituição que partilhe o relatório da comissão independente "o quanto antes", mas discorda do formato da apresentação.
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O coletivo, constituído por pelo menos nove mulheres de diferentes nacionalidades, denunciou existir nas "equipas lideradas por Boaventura de Sousa Santos, no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, um padrão de assédio sexual, assédio moral e extrativismo intelectual". O grupo formou-se após a publicação do capítulo "As Paredes Falaram Quando Mais Ninguém o Faria", na editora académica Routledge. Na obra constam denúncias de três mulheres investigadoras contra o sociólogo e diretor emérito do CES Boaventura de Sousa Santos e o investigador Bruno Sena Martins.
A dias de se conhecer o relatório da comissão independente, constituída pelo CES após as denúncias terem sido tornadas públicas, em abril do ano passado, o grupo de mulheres afirma que "a dignidade e a segurança das vítimas não são a prioridade deste processo". "Fazem-nos crer que as vítimas foram esquecidas", lê-se na carta aberta a que o JN teve acesso.