Coligação do CDS “é com o PSD, não é com mais ninguém”

O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, lançou um aviso interno contra a possibilidade de a AD (PSD/CDS-PP) se coligar com a Iniciativa Liberal. A jogar em casa, em Famalicão, o centrista não foi brando: “As pessoas sabem com o que contam com a coligação da AD. Diria mais, a coligação que o CDS tem é com o PSD, não é com mais ninguém”.

O recado é claramente interno, num contexto em que as sondagens abrem a porta a uma coligação entre a AD e a IL, que ainda não foi atingida, mas está próxima. Embora quase todo o discurso de Melo tenha sido contra “o PS mais extremado da democracia portuguesa”, foi o recado interno que mais ficou na retina de quem esteve em Famalicão.

Montenegro responde

A frase de Nuno Melo até teve resposta de Luís Montenegro. Foi igualmente incisiva e quase imediata, ainda em Famalicão: “No dia seguinte, vamos garantir a coligação de braço dado com os portugueses. Não vale a pena virem com papões. Anda com papões quem não tem soluções. Aqui não mora nenhum papão, mora a solução”.

O parêntesis deixado no discurso por Nuno Melo é revelador do desconforto que graça no CDS-PP quanto a uma coligação com os liberais, que são um partido distante do conservadorismo do CDS-PP. A última sondagem da Pitagórica mostra que a AD e a IL, juntos, têm 39,3% das intenções de voto, o que ainda é insuficiente para a maioria. Serão necessários pelo menos 46%, mas uma margem segura só acontece com 49%.