Foi o o segundo valor mais alto de sempre (49 806 estudantes), com 81% dos candidatos a entrarem na primeira fase de acesso ao Superior.
Corpo do artigo
Consulte aqui a lista dos resultados de acesso à 1.ª fase do Ensino Superior
Num ano em que o número de candidatos baixou 3,9% - após um máximo de 25 anos em 2021 -, na 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES) contam-se 49 806 novos estudantes colocados (mais 0,7%), 52% dos quais na 1.ª opção. Sem lugar ficaram 19%, que têm agora mais de cinco mil vagas na 2.ª fase que arranca segunda-feira: são 2,2 candidatos por vaga. Politécnicos e instituições localizadas em regiões de menor pressão demográfica são quem mais ganham, com Lisboa e Porto a perderem quase na proporção do corte de vagas que efetuaram. Os 72 cursos financiados pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), que geraram preocupações de coesão territorial aos politécnicos, ocuparam 94% das vagas.
Desde que o CNAES foi criado, este é o segundo ano com o maior número de colocados, só ultrapassado por 2020, quando se chegou perto dos 51 mil. Na altura, abriram-se mais de 62 mil vagas, com reforço excecional - que vigora desde então - para acomodar a procura. Ano em que se alteraram as regras dos exames nacionais, devido à migração para ensino à distância, mantendo-se a realização de exame apenas às disciplinas exigidas como prova de ingresso. A revisão do modelo de acesso, revela em entrevista ao JN a ministra do Ensino Superior Elvira Fortunato, está já em curso e a ser estudada.
Aposta ganha, diz ministra
As instituições de territórios de baixa densidade veem o número de estudantes subir 6%, com destaque para a Universidade da Beira Interior (mais 15%). Já as de Lisboa e Porto recuam 2%, em linha com o corte de 1,8% nas vagas, respondendo, no entanto, por 44% do total de colocados.
Sendo que é nesta área de influência que se encontra a maioria das universidades e politécnicos que preencheram todos os lugares. Em contraciclo, o ISCTE aumentou em 16% o número de colocados, no ano em que a nova escola de Sintra abriu oito licenciaturas financiadas pelo PRR. No total dos 22 novos cursos que abriram por esta via, entraram 520 alunos. E os 50 cursos já existentes e que foram financiados pelo PRR colocaram 2863, com uma ocupação de 100%. Uma "aposta ganha", diz a governante.
Já nos cursos com concentração de melhores alunos, ditos de excelência, registou-se um acréscimo de apenas 2%, que compara com mais 7% no ano passado e mais 30% em 2020. Na medida em que as instituições não usaram a capacidade máxima permitida pela tutela. Que o Conselho de Reitores justificara já com razões de ordem orçamental: para abrir mais vagas é preciso mais dinheiro. Explicando-se, assim, que, após o reforço excecional com transferência de lugares dos concursos especiais, esta 1.ª fase tenha, afinal, contado menos 666 vagas do que no ano passado.
Engenharia e Técnicas Afins (16,7%), Ciências Empresariais (14,9%) e Saúde (14,3%) mantêm-se como as áreas de estudo com maior número de colocados. Com Direito, Ciências Veterinárias e Informação e Jornalismo a preencherem todos os lugares. Sobrando, agora, 5248 vagas para a 2.ª fase, no valor mais baixo desde 1999.