Com milhões em prémios e apoios à família, empresas já partilham os lucros
Grupos José Pimenta Marques, Navigator e Jerónimo Martins são alguns exemplos. Novo incentivo em sede de IRS é criticado pela CGTP e não convence AEP.
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Uma oferta natalícia de milhões no final de um ano difícil, prémios de produtividade, seguros de saúde, creches gratuitas e aulas de ginástica com “personal trainer” têm em comum uma lógica retributiva seguida por empresas portuguesas, que já partilham há anos os lucros com os trabalhadores. O grupo bracarense José Pimenta Marques, a Navigator e a Jerónimo Martins são apenas alguns exemplos. Para incentivar a distribuição de lucros, o Governo criou um novo incentivo em sede de IRS, a vigorar em 2024, que é duramente criticado pela CGTP e considerado insuficiente pela Associação Empresarial de Portugal (AEP). O sociólogo António Casimiro Ferreira alerta para os “efeitos perversos” de uma medida que reforça “o poder discricionário” do empregador.
O grupo José Pimenta Marques, dono da empresa Balanças Marques, tem recompensado os colaboradores pelos bons resultados financeiros, ano após ano. “Cada colaborador com o mínimo de dois anos de casa tem recebido como gratificação uma percentagem do respetivo vencimento”, disse Tiago Marques Pereira ao JN. Em 2023, foram distribuídos 70 mil euros, abrangendo cerca de uma centena de colaboradores.