Comichão ou pele irritada? A roupa barata que compramos tem riscos para a saúde e indústria

Há cada vez mais oferta de vestuário a baixo custo com composições pouco claras
Foto: Pedro Correia/Arquivo
O consumo galopante de fast fashion, acirrado por plataformas que vendem roupa que escapa aos padrões de qualidade da União Europeia, traz riscos para quem compra e desafios para quem vende. Profissionais de saúde apelam a um maior cuidado e a indústria defende mais fiscalização às gigantes Shein, Temu ou AliExpress.
Ter comichão ou ficar com a pele irritada depois de usar roupa nova pode tornar-se mais frequente e até já se converteu numa “trend” (tópico de interesse) nas redes sociais. De acordo com o dermatologista Osvaldo Correia, coordenador da Epidermis e professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, “é crescente o número de reações irritativas e alérgicas” provocadas por têxteis de fraca qualidade que, além de prejudicarem a saúde, degradam o meio ambiente. “Devemos estar mais atentos. A nossa pele é o nosso principal órgão de comunicação”, corrobora Fernando Ribas. O profissional de saúde responsável pela Clínica de Dermatologia Dr. Fernando Ribas, no Porto, considera necessário “ter um maior controlo” sobre a indústria, mas recorda que a maioria dos consumidores privilegia o sentido estético e desvaloriza a composição dos têxteis. “Há produtos que, de facto, são tóxicos e que na União Europeia não entram, mas se forem fabricados lá fora, não há controlo”.

