Comissão Técnica de Vacinação contra a covid-19 está já a estudar a imunização de crianças a partir dos seis meses de idade, tendo para o efeito pedido apoio a um grupo de pediatras e especialistas em saúde infantil. Depois da recomendação, na passada quarta-feira, da Autoridade Europeia do Medicamento (EMA) de estender as vacinas da Pfizer e da Moderna a partir daquela idade, a Comissão Europeia, como, no passado, promete uma decisão rápida sobre a sua introdução no mercado.
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Ao JN, o epidemiologista Manuel Carmo Gomes, que integra a Comissão Técnica de Vacinação, revelou que a imunização daquelas faixas etárias está a ser estudada "há bastante tempo", contando com "um grupo de pediatras para ajudar a analisar e a emitir uma opinião sobre o assunto".
Metodologia que já foi adotada pela comissão tanto aquando da recomendação de imunização contra a covid da faixa 12-15 anos como a de 5-11 anos. Sendo que, em ambas as situações, os peritos defenderam sempre que se priorizasse a vacinação de crianças com comorbilidades de risco para a covid grave, como sejam doenças cardiovasculares ou neurológicas.
Doses mais baixas
Em causa, as vacinas da BioNTech/Pfizer e da Moderna, desenvolvidas para a cepa original do SARS-CoV-2, no primeiro caso a administrar no grupo seis meses/quatro anos (já é administrada a partir dos cinco anos) e, no segundo, nos seis meses/cinco anos. Com doses substancialmente mais baixas.
No caso da vacina da Pfizer, são três doses, de três microgramas cada, com as primeiras duas a serem administradas com um intervalo de três semanas e a terceira de, pelo menos, oito semanas face à segunda toma. Já na da Moderna serão duas doses, de 25 microgramas cada, com um intervalo de quatro semanas. Em ambas, os estudos revelaram efeitos secundários ligeiros a moderados, como irritabilidade, sonolência ou perda de apetite. Concluindo a EMA que os benefícios superam os riscos.
De acordo com os dados da Direção-Geral de Saúde, nem metade (45%) das crianças entre os cinco e os 11 anos tem a vacinação primária. A decisão de avançar com a vacinação nas crianças mais pequenas cabe à DGS, baseada no parecer da comissão técnica.