Os não fumadores têm mais risco de vomitar. Mulheres, jovens e episódios anteriores são também outros factores para que esta expressão do organismo se reflicta perante o enjoo.
Corpo do artigo
"Todas as pessoas enjoam" refere o Primeiro Tenente Médico Naval (1º TEN MN), Luís Farinha, "mas a habituação é o aspecto fundamental para este problema".
O enjoo é um sintoma complexo que envolve mecanismos multiorgânicos que incluem o sistema visual, receptores nos ossos e articulaçoes e o ouvido interno que vão provocar o balancear dos canais semicirculares destes. "Estar deitado e beber muita água" são os melhores conselhos para quem não quer enjoar.
Os medicamentos mais indicados actuam através da restrição de sangue para o cérebro e, daí provocarem a sonolência. Stugeron, Enjomin e Vomidrine são alguns destes exemplos.
No entanto, o médico e o enfermeiro do navio não actuam apenas nas situações extremas de enjoo, mas também nas urgências agudas, que acontecem durante a vida a bordo, principalmente, patologias respiratorias e traumáticas.
As primeiras são devidas a desidratação e infecções prévias, sendo tratadas apenas com analgésicos e, com antibióticos, em situações mais graves e prolongadas. Por outro lado, as quedas e os cortes são os eventos mais comuns na área da Traumatologia, que podem ser resolvidos com pequenas cirurgias ou imobilizações com talas.
"Uma luxação de ombro foi o episódio mais grave em que intervi, por causa de uma partida de futebol no convés do navio Sagres", conta o médico naval. "Foi necessário ministrar analgésicos para posterior reposicionamento dos ossos. Um colega meu já teve de assisitir uma apendicite o que, tratando-se de uma emergência cirúrgica, implicou o recurso a outros meios".
Quer seja em terra, quer seja no mar todos estas ocorrências devem ser encaradas com "calma e bom senso", quando há necessidade é preciso contactar o Centro de Orientação de Doentes Urgentes Mar, para que se faça o devido apoio, através de helicópteros ou corvetas.
O 1º TEN MN, que fez parte da primeira edição da UIM, em 2006, refere que "fugir da rotina e fazer coisas diferentes" foram os motivos que o levaram a escolher a Medicina Militar como profissão, em paralelo com a carreira de anestesista no Hospital da Marinha em Lisboa. "A atracção pela vida militar e, em particular pelo mar foi também um pretexto para que ingressasse na Marinha".