Companhia das Lezírias vai garantir comida a animais nos territórios afetados por incêndios

"Estivemos a perceber como são os entraves legais do sistema de normalidade, pois temos que encarar isto como um sistema de anormalidade e perspetivar essas ajudas ajustadas à realidade que temos, bem como disponibilizar todos os recursos do Estado, sejam do poder local ou central, para minimizar o impacto que foi para a região e para as pessoas para que possam voltar rapidamente à normalidade da sua vida", referiu o secretário de Estado, no final de uma reunião, em Vila Flor, com autarcas do distrito de Bragança, cujos concelhos foram fustigados por fogos.

As ajudas vão ser também ser concedidas por empresas, explorações particulares e voluntários.

Em muitos concelhos da região, quer através dos municípios ou de associações, como Vila Flor, Freixo de Espada à Cinta, Alfândega da Fé e Torre de Moncorvo, já está a ser distribuído alimento para os animais.

Só no incêndio que deflagrou no passado domingo na freguesia de Barcel, em Mirandela, e que se estendeu a Alfândega da Fé e Vila Flor arderam mais de seis mil hectares de terrenos, dos quais muitos tinham culturas agrícolas como olival, amendoal, vinha e frutícolas. "As pessoas precisam de ter alguma continuidade e perspetiva de futuro, o mais emergente é um estímulo para que as pessoas possam ver algum alento apesar da desgraça, um alento para continuar", afirmou João Moura que constatou que algum território teve um comportamento mais resiliente ao fogo. "O que estava ocupado com culturas agrícolas, mas houve muitas perdas de territórios agrícolas que tiveram danos irreparáveis", acrescentou.

Por agora, continua a ser feito o levantamento da área ardida e do número de agricultores cujas explorações sofreram danos relacionados com os fogos. Um trabalho que os municípios têm em mãos através de balcões que criaram para tratar dos assuntos dos fogos. "Para apoio na elaboração de candidaturas e de apoios mais imediatos até aos 10 mil euros", destacou João Moura.