
Concurso anunciado na quinta-feira pelo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, é o maior de sempre
José Carmo / Global Imagens
Maioria das unidades servirá para as áreas urbanas, mas só vão chegar entre 2026 e final de 2029. Montante total do concurso é de 819 milhões de euros.
"Dia histórico para a ferrovia". O Governo autorizou a CP a lançar um concurso para a compra de 117 novos comboios nos próximos anos, mas não inclui unidades para a alta velocidade. O investimento previsto é de 819 milhões de euros, anunciou o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, no final da reunião do Conselho de Ministros. É o maior concurso de sempre.
As 117 novas unidades são automotoras elétricas e serão entregues entre 2026 e o final de 2029, detalhou o ministro. As aquisições serão financiadas através do quadro financeiro plurianual, porque a entrega do material circulante irá decorrer para lá de 2025.
"O caderno de encargos está pronto e vamos lançar os concursos o mais depressa possível. A adjudicação ao vencedor será no final de 2022 e teremos de esperar três a quatro anos até o primeiro comboio ser entregue", referiu Nuno Santos. Prevê-se um ritmo de entrega de três automotoras por mês a partir de 2026.
O concurso também prevê que "parte considerável dos comboios tenha incorporação nacional". Isto será possível caso a empresa que conquiste esta encomenda decida instalar uma unidade de produção em Portugal.
Para onde irão
A maioria dos comboios (62) será utilizada nos serviços urbanos da CP: 34 unidades vão servir para a Linha de Cascais e substituir material com mais de 60 anos; 16 destinam-se aos serviços urbanos de Lisboa, nas linhas de Sintra, Azambuja e Sado; haverá ainda 12 automotoras para os serviços urbanos do Porto.
Nos serviços urbanos, "fica ainda em aberto a opção de se adquirir até mais 36 unidades: 24 para a Grande Lisboa e 12 para o Grande Porto", acrescentou o ministério de Pedro Nuno Santos em comunicado posterior ao Conselho de Ministros.
A CP também está autorizada a lançar o concurso para comprar 55 novos comboios regionais. Atualmente, este serviço baseia-se sobretudo nas mais de 50 unidades da série UTE 2240, com mais de 50 anos de serviço. A última modernização foi feita entre 2003 e 2005 e levou estes comboios a ficarem conhecidos, entre os ferroviários, como "Lili Caneças".
A aquisição deste material circulante estava prevista nas Grandes Opções do Plano 2021-2023, entregue com o Orçamento do Estado para 2021. O documento também contemplava o lançamento do concurso de 12 automotoras para o serviço de longo curso. Para já, não foi discutida esta aquisição.
Projetos
Centro de Guifões
Também na ferrovia, vai avançar o centro de competências para esta área, que ficará instalado em Guifões, em Matosinhos. Pensado desde os anos 80, o centro irá nascer com um investimento de 12 milhões de euros ao longo dos próximos cinco anos, dos quais 6,35 milhões serão colocados logo no arranque.
22 automotoras
Foi aprovada a reprogramação do financiamento para a compra de 22 novas automotoras para o serviço regional. O concurso foi autorizado pelo Governo em setembro de 2018; quase três anos depois, o processo está parado no Tribunal de Contas, que aguarda novos elementos da CP.
