O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, anunciou, esta quinta-feira, durante uma iniciativa da Juventude Comunista, que o partido vai entregar amanhã um projeto-lei no Parlamento, que prevê, entre outras medidas, a identificação dos edifícios públicos que podem ser usados como residências estudantis.
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“Entregaremos já amanhã um projeto-lei que prevê o aumento do complemento para alojamento e o seu alargamento a todos os estudantes deslocados, o alargamento do complemento de deslocação a todos os alunos bolseiros deslocados e o levantamento, até ao final deste ano, de todos os edifícios públicos que possam vir a servir de residência”, declarou Paulo Raimundo.
Paulo Raimundo assumiu que as medidas “não resolvem todos os problemas”, mas garante que “contribuem de forma decisiva” para a sua resolução. “O Plano Nacional de Alojamento tem de ser concretizado, é certo (…), e mesmo as 11 mil novas camas aí previstas - e que nunca mais saem do papel - não são suficientes e não respondem aos dramas de hoje”, acrescentou.
105 mil camas em falta
“Há perto de 120 mil estudantes deslocados e há apenas 15 mil camas em residências públicas. É fazer as contas, que até são fáceis de fazer: 120 mil deslocados, menos 15 mil camas é igual a 105 mil camas em residências públicas em falta. Esta é que é a realidade”, reiterou o líder comunista.
O secretário-geral do PCP comentou que o Governo PS havia prometido, “com pompa e circunstância”, abrir, na Avenida 5 de Outubro, uma residência com 600 camas. Porém, passados 5 anos, “promete agora que em 2025 é que é”. “Ou seja, quando a maior parte de vocês já estiver a trabalhar ou emigrados, finalmente haverá aqui uma residência universitária”, acrescentou, numa concentração em frente ao antigo edifício do Ministério da Educação.
“Neste caso concreto, PS, PSD e CDS na Câmara Municipal de Lisboa também se encarregam de pôr areia na engrenagem de uma obra que devia estar concluída há anos e que ainda nem sequer está em fase de projeto”, referiu Paulo Raimundo. “Por outro lado, PSD, CH e IL chumbam as propostas que fizemos de mais verbas, de mais ambição para dar resposta a um problema imediato que exige respostas imediatas”, atacou.
“O primeiro-ministro foi ontem ao Porto anunciar mais medidas e inaugurar uma residência com 54 novas camas. Já só faltam 104 946 novas camas”, rematou.
O secretário-geral dos comunistas participou esta quinta-feira na iniciativa política da Juventude Comunista Portuguesa em torno dos problemas do Alojamento Estudantil, que ocorreu às 17.30 horas na Avenida 5 de Outubro, com o mote “Basta de Conversa!”. Duas dezenas de manifestantes gritaram “já não tenho paciência, deem-me uma residência!” e “é preciso investir, queremos camas para dormir!”.