Consultas adiadas e equipas reduzidas para evitar colapso das urgências
Movimento de recusa às horas extra alastra a todo o país. Há redução de equipas, cirurgias e consultas canceladas.
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O movimento dos médicos que se recusam a fazer horas extraordinárias para lá das 150 por ano está a ganhar uma dimensão sem precedentes. Pelo menos 21 hospitais de todo o país já receberam minutas de escusa ao trabalho suplementar. Há serviços com 90% e 100% de médicos indisponíveis em especialidades que põem em risco o funcionamento das urgências, como é o caso da medicina interna e da pediatria. Os hospitais da Guarda, Santarém e Penafiel estão em situação crítica e numa corrida às prestações de serviço. E há quem esteja a cancelar cirurgias e consultas para manter a urgência aberta ou a reduzir as equipas. O bastonário dos médicos garante que nunca viu nada assim e teme o pior para o SNS.
É um acumular de “desgaste”, “revolta”, de “expectativas frustradas” que explodiu quando as negociações entre sindicatos e tutela terminaram sem acordo. Ontem à noite, o ministro da Saúde admitiu à SIC que podem ocorrer constrangimentos: “estamos na fase de trabalhar arduamente para evitar que isso aconteça”, disse Manuel Pizarro.