Maioria são homens mas há cada vez mais fumadoras, com crescimento superior a 5% entre 2001 e 2022. Álcool é a substância mais consumida pelos portugueses.
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A prevalência do consumo de tabaco em Portugal tem aumentado desde 2001, revela um estudo da Universidade Nova de Lisboa, a ser apresentado esta sexta-feira pelo SICAD (Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências). De acordo com o inquérito realizado periodicamente, as mulheres têm registado um crescimento progressivo no consumo de tabaco. As taxas de consumo de álcool seguem-se estáveis apesar de se manterem altas, acima dos 70%.
Numa altura em que as restrições ao consumo do tabaco apertam, os números revelam que há mais pessoas a consumir continuamente. O consumo de tabaco, ao longo do tempo, aumentou mais de 10% desde 2001, segundo o Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas. As conclusões do estudo, realizado em 2022, demonstram que 51% dos inquiridos fuma. Enquanto em 2001 a taxa era de 40% e em 2017 situava-se nos 48,8%. De acordo com os dados, 50% da população entre os 15 e os 64 anos afirmou já ter consumido tabaco alguma vez na vida.
Enquanto a taxa de consumo tem sido preponderante no caso dos homens, registando uma taxa 40%, o consumo no caso das mulheres aumentou progressivamente. Em 2001 as taxas situavam-se entre os 18% e os 19% crescendo para 23,4% em 2022.
Das substâncias psicoativas estudadas, o tabaco está em segundo lugar. Antes deste está o álcool, que continua a registar níveis de consumo acima dos 70%. Cerca de três quartos da população entre os 15 e os 64 anos revelaram consumo. A prevalência do consumo de álcool ao longo da vida situa-se nos 75,8 %.
Sedativos descem
Os sedativos são a terceira substância psicoativa com maior expressão em Portugal. No entanto, desde 2001 registou-se uma descida no consumo, passando de 22,55 para 13%. Enquanto no álcool e no tabaco a maioria dos consumidores são homens, nos sedativos são mais procurados pelo sexo feminino. Em 2022, afetava 16,9 % das mulheres contra 9,0 % dos homens.
Já a prevalência dos consumo de substâncias ilícitas, como cocaína, haxixe e outras drogas, passou de 7,8% para 12,8%, entre 2001 e 2022. Apesar deste aumento, Portugal está abaixo da média dos países da Europa.
"Se fizermos intervir a diferença de género observamos que nos vinte anos de recolha as mulheres passam de uma prevalência de 4,0 % para 7,4 % enquanto os homens passam de 11,7% em 2001 para 18,6 % em 2022", revela o estudo, concluindo o SICAD que Portugal está no bom caminho: "Com esta evolução, continuamos, como no início do milénio, com níveis de consumo abaixo dos registados no conjunto dos países europeus".
Jogos a dinheiro com subida
No que se refere à prevalência de jogos de fortuna ou azar (jogos a dinheiro), em 2022 é de 55,6 % na população dos 15 e 74 anos residente em Portugal. "Em relação a 2017, ano em que a prevalência era de 48,0 %, registamos uma subida de 7,6%, não sendo atingidos, no entanto, o nível observado em 2012: 65,7 %", aponta o relatório.
Esta sexta-feira este relatório será divulgado e será também apresentado o novo serviço digital Inscrição Pública, que, diz o SICAD, "vai facilitar o acesso dos cidadãos a respostas existentes. O cidadão poderá inscrever-se diretamente para apoio especializado através do preenchimento de um formulário disponibilizado online". Trata-se de uma solução desenvolvida pelo SICAD, em colaboração com outros organismos, como as DICAD, das ARS.