Salários mais elevados permitem gerir despesas do dia a dia e ainda amealhar dinheiro, dizem portugueses ouvidos pelo JN. Apesar da maior qualidade de vida, trabalhar lá fora exige "capacidade de adaptação" e "sacrifício".
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Uma das primeiras frases que ouvimos de Maria Carlos Lourenço é de que "não é uma emigrante qualquer". Chegou à Suíça aos 50 anos para trabalhar, em plena pandemia, após uma amiga a ter desafiado a mudar de vida. Trabalha como camareira num hotel em Zermatt, uma vila turística nos Alpes suíços conhecida pela prática de esqui. Faz parte dos 263.028 portugueses que residiam na Suíça, em 2024. O país continua no topo da preferência da emigração portuguesa, sendo a segunda maior comunidade lusa no estrangeiro.
"Os ordenados são bons e o nível de vida é alto, mas eu consigo ir de férias e ainda sobra dinheiro", conta Maria Carlos Lourenço, hoje com 56 anos. Em novembro, completa cinco anos de residência na Suíça: comprou uma casa e diz, satisfeita, que já a tem "quase paga". É formada em Engenharia Agrária e dava formação sobre produtos fitofarmacêuticos em Portugal. "Despedi-me porque o trabalho me estava a fazer mal", recorda.