Entrou para os escuteiros em meados de 1972, contra vontade da família - na verdade a principal opositora era a sua mãe, que achava aquela actividade "demasiado física" para raparigas.
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Ainda assim, depois de lá estar e mesmo com o 25 de Abril de 1974, Ana Ruivo manteve-se impedida de poder acampar com os restantes colegas escutas.
Quase 38 anos depois, às 18 horas de terça-feira, quando Bento XVI entrar com o papamóvel no Terreiro do Paço, em Lisboa, para a celebração de uma homilia, Ana Ruivo espera estar acompanhada de cerca de meio milhar de escuteiros - entre eles os dois filhos - e da mãe, a mesma que já se rendeu ao facto de a filha não ser mais uma simples escuta, mas a chefe regional daquela massa humana representante do Corpo Nacional de Escutas, com idades entre os seis e os 60 anos.
"Conto ter no Terreiro do Paço mais do que 500 escuteiros. Essencialmente para celebrarem a vinda de Sua Santidade e participarem na eucaristia", adianta, a escuteira veterana de 50 anos, explicando que os elementos, oriundos da área metropolitana de Lisboa, ficarão juntos às barreiras colocadas na praça, que separam diversas áreas, criando corredores de passagem.
Tal como na visita do Papa João Paulo II, em 2000, onde também esteve com um grupo alargado, Ana Ruivo reconhece que dificilmente conseguirá chegar a um contacto directo com Bento XVI. "O importante é estar presente e participar, se for o caso, de alguma forma na eucaristia. De resto, não acredito que o Papa possa estar connosco pessoalmente", esclarece. "Só o estar ali já é muito importante", prossegue, enquanto última os preparativos de participação dos escuteiros, com um encontro na igreja de Santa Catarina, na Calçada do Combro, em Lisboa.
É no escutismo que esta funcionária pública se realiza pessoalmente. Tanto que fez questão de colocar os filhos aos seis anos nos escuteiros. "Sei que continuarão o meu trabalho nesta consolidação da formação humanista", admite.