O Presidente da República chegou mais cedo à cidade que acolhe a parte nacional das comemorações do 10 de Junho e passou o dia em contacto com a população.
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O programa oficial da Presidência da República anunciava a presença de Marcelo Rebelo de Sousa na Régua mais para o final desta sexta-feira, mas o chefe de Estado apareceu logo de manhã. Disse que foi ver como estava a preparação do desfile militar das cerimónias do 10 de junho para este sábado e acabou por passar a tarde em convívio com a população, ora distribuindo beijos, ora tirando selfies, ora falando sobre turismo e vinho do Porto.
De resto, o vinho, fosse ele chamado de "generoso" ou de "fino", foi tema de muitas conversas que o presidente ia mantendo com reguenses ou visitantes. Como quando disse a Maria do Anjos Guerra, Carmo Pinheiro, Isabel Marques e Eduarda Guerra que "tinha muitos amigos na Régua", no tempo em que chegar à cidade era "um drama".
E nessa altura "não havia turismo". Os poucos estrangeiros que se viam eram "espanhóis", mas "não havia brasileiros, franceses, ingleses ou americanos". O que "sempre houve", afiançava Marcelo, "é um vinho muito bom". Mas "sobretudo vinho do Porto". "No Porto não há videiras", retorquiam elas, com aquele ar de defensoras da origem, frisando que "o vinho é que vai daqui para lá".
Marcelo sorria e passava à frente, enquanto Maria do Céu Guerra aproveitava a oportunidade dos holofotes sobre o presidente para convidar: "Venham à Régua, venham visitar o Douro, que é tão lindo".
As quatro senhoras plantadas à porta de um supermercado não pediram a Marcelo para fazer a selfie da praxe, mas deram-lhe um beijinho, que "também é bom", pois a admiração pelo "senhor professor", já vem do tempo em que "estava a ler os livros na televisão".
Devem ter sido das poucas que se esqueceram do retrato. Lucília Ramalhete, de Vila Real, foi das que não perdeu a oportunidade e "é para guardar". Foi a primeira vez que esteve próxima de Marcelo, tal como a reguense Maria da Conceição Pinto que quis ficar para a posteridade ao lado de uma "figura pública simpática" de quem sempre gostou, "mesmo quando era comentador".
O capítulo das selfies não engloba Inácio Zério, 76 anos, pouco dado a essas coisas. Entretido a ver a exposição de meios militares, como tanques de guerra e outros, que está patente na zona ribeirinha da Régua, o morador local comentava que devia haver mais iniciativas semelhantes durante o ano para "criar movimento da cidade". Porque com mais pessoas "há mais consumo no comércio e era capaz de se evitar que encerrassem tantas portas".
Ora, segundo o presidente da República, as comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas na cidade da Régua também pretendem chamar a atenção para "os interiores às vezes esquecidos de Portugal continental".
"Venham até cá se puderem, contribuam para a economia desta região", desafiou Marcelo, pois entende que é importante que os visitantes "percebam os problemas desta região, percebam o que têm de riqueza, o vinho do Douro, mas também o que têm de carências, os acessos, as dificuldades de viver aqui, as desigualdades em muitos aspetos, na educação ou na saúde ou na economia"