O modelo de negócio colaborativo está a crescer e a assumir-se como uma resposta aos desafios atuais, como a crise na habitação ou a precariedade na cultura. O setor agrícola continua a liderar a lista das 2153 cooperativas nacionais que tem crescido nos últimos três anos.
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Quer seja para responder a um momento de crise ou para quem procura um modelo de negócio diferenciado, o setor cooperativo está a renascer em Portugal e a assumir-se em áreas como a Cultura, a Solidariedade Social e a Habitação. De acordo com a Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES), entidade que trabalha com o Estado na fiscalização e regulação do setor, o número de cooperativas têm crescido nos últimos três anos. Em 2020, quando foi realizada a última conta satélite da economia social, havia 2153 cooperativas em Portugal, responsáveis por 23530 postos de trabalho.
"Uma cooperativa radica em princípios colaborativos, de partilha, em que o objetivo é satisfazer os interesses de um conjunto de indivíduos para solucionar um problema partilhado entre eles", elucida Eduardo Pedroso. O responsável pelo departamento de estatística da CASES explica ao JN que a crise da Habitação, a carência de lares ou creches e a precariedade vivida entre os trabalhadores da Cultura ajudam a explicar a trajetória ascendente nestes setores de atividade, mas recusa estabelecer uma ligação direta e exclusiva entre o crescimento das cooperativas e os momentos de crise."É uma solução para resolver um problema ou para criar um negócio diferente do modelo tradicional, que não esteja dependente do lucro e em que os excedentes sejam aplicados a nós e à nossa causa", justifica o economista.