O ainda ministro do Ambiente afirmou, esta sexta-feira, que a crise política foi "promovida pela Direita" e "provocada para perturbar o normal funcionamento das instituições". No congresso do PS, Duarte Cordeiro agraceceu ao "camarada e querido primeiro-ministro", levando os delegados a aplaudirem de pé António Costa.
Corpo do artigo
Na Feira Internacional de Lisboa (FIL), onde até domingo decorre o congresso socialista, Cordeiro insurgiu-se contra uma "crise política indesejada pelos socialistas mas desejada e promovida pela Direita". Esta intervenção arrancou palmas dos cerca de 2500 delegados.
Cordeiro, que é também presidente da federação da Área Urbana de Lisboa do PS, acrescentou que a atual situação política foi "provocada para perturbar o normal funcionamento das instituições". Apesar das fortes críticas, nunca mencionou o presidente da República, que dissolveu o Parlamento e convocou eleições para o dia 10 de março.
Cordeiro frisou que essa decisão "afetou a estabilidade que todos os portugueses desejavam" e, numa referência à notícia segundo a qual Costa é acusado do crime de prevaricação no âmbito da Operação Influencer, alertou que há quem esteja a tentar "provocar" o PS. Dito isto, citou Mário Soares: "Só é vencido quem desiste de lutar e quanto mais a luta aquece mais força tem o PS".
Elogios a Costa pela geringonça e a Pedro Nuno pelo "carisma"
Agradecendo ao "camarada e querido primeiro-ministro" - fazendo a sala erguer-se num aplauso a Costa -, Cordeiro considerou que os resultados dos últimos oito anos de governação serão uma "ponte para o futuro". Esse futuro, prosseguiu, está garantido devido a "força, carisma, determinação e convicções" de Pedro Nuno Santos.
O ministro do Ambiente procurou mostrar que Pedro Nuno, habitualmente visto como algo impulsivo, tem, afinal, "ponderação" na hora de tomar decisões. Foi essa qualidade, aliada à "capacidade de unir", que levou o novo líder a elaborar listas únicas para a Comissão Nacional do partido, integrando nomes indicados por José Luís Carneiro, disse.
Duarte Cordeiro deteve-se alguns minutos nos elogios a Costa, destacando três aspetos: o aumento do emprego e dos rendimentos, o facto de, com ele, o PS se ter tornado "um partido ecologista" e, ainda, a sua capacidade de "estabelecer diálogo à Esquerda".
No entender do socialista, a criação da geringonça, em 2015, permitiu "acabar com um Governo de má memória". Segundo Cordeiro, o PS mostrou, nessa altura, "que havia alternativa" ao PSD ao mesmo tempo que era possível manter as "contas certas".