O rejuvenescimento e a sustentabilidade financeira são dois dos desafios das entidades que apoiam os mais carenciados. "Gestão é cada mais complexa", disse a presidente da União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social do Porto, esta segunda-feira à tarde.
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A presidente da União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social do Porto (UDIPSS) disse, esta terça-feira, ser necessário “rejuvenescer” os corpos dirigentes das IPSS. Maria José Miranda foi a convidada da 10.ª sessão das “Conversas de Café”, uma iniciativa do JN e da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, com o patrocínio da Torre dos Clérigos.
Em setembro foi entregue uma petição na Assembleia da República sobre a criação do estatuto de membro voluntário do órgão de administração de IPSS, cuja primeira subscritora foi Maria José Miranda. No documento, com mais de 13 mil assinaturas, os peticionários pedem um regime de apoio aos voluntários em corpos dirigentes das IPSS que tenha em conta os créditos de horas, o regime de faltas e a marcação de férias.
“A gestão das instituições está cada vez mais complexa. É necessário um esforço acrescido e chamar gente nova para os corpos dirigentes [das IPSS]”, referiu a presidente da UDIPSS. Maria José Miranda afirmou ainda que há muitos presidentes de instituições de solidariedade social que têm de sair em breve, mas que “não encontram quem os substitua”.
Pagar salários
Um dos desafios das IPSS está também na sustentabilidade financeira, assumiu a dirigente. “A instituição ideal tem de ter técnicos e dirigentes alinhados e empolgados com as mesmas mudanças. Se uma direção está preocupada em pagar os salários e os subsídios de férias dos trabalhadores, o seu tempo está a ser gasto neste grande problema da sustentabilidade”, referiu Maria José Miranda.
Numa conversa moderada pelo sociólogo Augusto Santos Silva sobre o contributo da economia social, a presidente da UDIPSS disse que a comunidade pode ajudar as instituições através da consignação de 1% do IRS, tal como as empresas o podem fazer através do mecenato. Maria José Miranda instou as instituições a não terem pudor em comunicar sobre o que precisam e o que têm de melhor.
A próxima sessão das “Conversas de Café” é no dia 17 de junho, às 18.30 horas, no Café Velasquez, no Porto, com Francisco Porto Fernandes, presidente da Federação Académica do Porto, como convidado.