Ministro da Educação garante que mudança na correção dos exames nacionais visa maior equidade e permite avaliar os classificadores. Abrange ainda provas do Básico.
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O objetivo é reforçar a equidade no processo de avaliação, nomeadamente dos exames nacionais. Sendo a diferença “entre apanhar um [professor] classificador um bocadinho mais exigente do que o do lado”, ilustrou o secretário de Estado Adjunto e da Educação. A partir 2025-2026, os exames nacionais vão ser corrigidos por itens e não por prova, como até agora. No Básico, a medida arranca já no próximo ano.
Questionado pelo JN, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação esclareceu que a avaliação por item se aplica aos exames nacionais, realizados no Secundário, mas também às provas finais dos três ciclos do Ensino Básico. “Será feita item a item também no 4.º, 6.º e 9.º º anos, mas cada classificador poderá classificar mais do que um item, normalmente dois ou três consoante a prova”, fez saber o gabinete de Fernando Alexandre.
No Básico, a medida entra em vigor já no próximo ano letivo, enquanto no Secundário será generalizada em 2025-2026 depois de um projeto-piloto, em 2024-2025, com o exame de Filosofia do 11.º ano.
Esta é a única novidade quanto ao Ensino Secundário, mantendo-se em vigor as alterações introduzidas pelo Governo anterior e que vigoram em pleno a partir de 2025/26. Alteração que decorre da digitalização da avaliação, permitindo que “a distribuição seja feita por item [perguntas] e não por prova”, segundo Alexandre Homem Cristo.
Facilitando o trabalho dos professores classificadores - “é mais simples, avaliam sempre os mesmos itens - e tornando o processo “mais justo para os alunos”. Tornando os critérios “muito mais coerentes e transversais”.
Por outro lado, a medida permite “flexibilizar os recursos humanos”, bem como reduzir os custos, ao eliminar-se o transporte de provas. Na 1.ª fase dos exames nacionais deste ano, recorde-se, estiveram envolvidos 8810 docentes do Secundário no processo de classificação de mais de 236 mil provas.
Professores avaliados
O ministro da Educação, Fernando Alexandre, frisou ainda que este mecanismo “permite avaliar os avaliadores - os avaliadores serão avaliados -, e é isso que introduz maior objetividade na correção”.
Na medida em que se aumenta a “escala”, explicou, por sua vez, o secretário de Estado. “Na teoria, um avaliador que tenha um padrão de avaliação muito diferente dos outros, conseguimos perceber que ele está a dar notas muito acima ou muito abaixo do padrão, e isso é logo sinalizado e permite-nos corrigir”, adiantou o governante.