O Autódromo Virtual de Lisboa, que um dia foi visitado por Mick Schumacher, já descobriu novos talentos. Ali, qualquer pessoa, a partir dos 15 anos, com ou sem experiência, pode correr num DTM, BTM, Megane Trophy, Porsche ou Ferrari, em pistas de praticamente todo o mundo, nos 15 simuladores deste espaço.
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Chegam em grupo, mas o desafio que os espera é individual e competitivo. Os 13 amantes do desporto automóvel vão correr no Circuito Internacional de Sepang, na Malásia, ao volante de um PorSche GT2 num cockpit simulado. A adrenalina, garantem, até é maior virtualmente.
"Aqui levamos tudo ao limite. Na vida real não, porque temos receio de bater", explica Paulo Miguel, 43 anos, que começou a frequentar o Autódromo Virtual de Lisboa, em Carnaxide, Oeiras, há seis anos.
Apaixonado por corridas de automóveis desde criança, quando acompanhava o irmão mais velho a ralis, viu no autódromo virtual uma oportunidade de praticar uma atividade desportiva reservada a elites. "Sempre gostei de desporto automóvel, mas é muito caro", reconhece o praticante que conquistou o primeiro lugar no "Fun Race", corrida ali organizada mensalmente à qual o JN assistiu.
Acabamos por ter sensações similares àquilo que se vive em competição
João Ascenso, 31 anos, começou há menos tempo, mas o suficiente para assegurar lugar no pódio. "Fiz a primeira corrida em dezembro do ano passado. Gosto da competição automóvel e sendo um desporto caro esta é a única forma barata de o fazer. Acabamos por ter sensações similares àquilo que se vive em competição", assegura o jovem, para quem o autódromo virtual "foi uma descoberta nova".
Qualquer pessoa, a partir dos 15 anos, com ou sem experiência, pode correr num DTM, BTM, Megane Trophy, Porsche ou Ferrari, em autódromos de praticamente todo o mundo, nos 15 simuladores deste espaço. "A pista do Estoril é a mais popular porque há uma hipótese de lá irem", explica José Fonseca, funcionário do Autódromo Virtual de Lisboa, que acredita que as corridas virtuais "democratizam este desporto e trazem mais pessoas para a sua prática".
Com os simuladores conseguimos ganhar mais adeptos e já descobrimos muitos novos talentos, que avançaram para corridas reais e ganharam muitas provas a nível nacional
"Os simuladores surgiram para as equipas poderem desenvolver os seus carros e os seus pilotos de uma forma mais económica. Alugar um autódromo no Estoril custa 10 mil euros por dia, sem contar com os meios necessários para levar os carros e as pessoas até lá. Com os simuladores conseguimos ganhar mais adeptos e já descobrimos muitos novos talentos, que avançaram para corridas reais e ganharam muitas provas a nível nacional", diz.
Os preços variam conforme a opção escolhida, de treino ou corrida. "Podem vir sozinhos, treinar livremente porque querem aperfeiçoar a técnica, conhecer carros ou pistas novas, ou marcar uma corrida por mês e fazer um campeonato.
Também podem vir grupos de amigos, em atividades de empresas ou festas de anos", informa ainda José, que não esquece a visita mais especial: "O Mick Shumacher (filho do ex-campeão Michael Schumacher) veio ao nosso autódromo, dois anos antes de ser piloto de Fórmula 1".