Os trabalhadores do setor da cortiça marcaram greve nacional para o próximo dia 31 de julho exigindo um aumento "digno" do salário e do subsídio de refeição. Haverá uma concentração junto ao edifício da corticeira Amorim Holding, em Santa Maria da Feira. Continuam a decorrer negociações com o patronato.
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A insatisfação mantém-se no setor da cortiça que vai entrar novamente em greve no final do mês por aumentos salariais e do subsídio de refeição. Para o dia da greve está também marcada uma concentração, pelas 11.30 horas, junto ao edifício da Amorim Holding, em Santa Maria da Feira, anunciou a Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (Feviccom) esta terça-feira, em comunicado.
A paralisação iniciar-se-á no dia anterior, a partir das 22 horas, prolongando-se até à meia noite de dia 31 de julho, segundo o pré-aviso divulgado pela estrutura sindical.
A federação sindical afeta à CGTP considera que a "indiferença patronal" tornou-se "numa intransigência ao teimarem" numa proposta de aumento salarial de 36 euros em 2024, de junho a dezembro, e de 24 euros em 2025, de janeiro a meio. Quanto ao subsídio de refeição, a subida proposta é de um cêntimo por dia, referiu.
A Feviccom sublinha que a generalidade dos operários tem um salário base de 928 euros, cada vez mais próximo do salário mínimo nacional, enfrentando "duras condições de trabalho com elevadas temperaturas e esforço físico que têm um impacto negativo na sua saúde".
Já anteriormente a Feviccom tinha considerado a proposta do patronato (a Associação Portuguesa da Cortiça - APCOR) "inadmissível" por ficar "muito abaixo" dos 60 euros de atualização do salário mínimo nacional, lembrando que a faturação do setor ultrapassou os dois mil milhões de euros em 2023. Só a corticeira Amorim lucrou mais de 98 milhões de euros em 2022 e nos primeiros três meses de 2023 acumulou lucros líquidos de quase 24 milhões de euros, lembrou a Feviccom.