O secretário-geral do PS, António Costa, acusou PSD e CDS-PP de serem radicais no seu "próprio campo político" e de, enquanto Governo, terem sido "implacáveis" com todos.
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"É essencial que quem vença [as eleições] não sejam os radicais do seu próprio campo político, mas aqueles que, no conjunto da sociedade portuguesa, têm capacidade de promover o diálogo", declarou António Costa num almoço-comício em Loures.
O PS, sublinhou o seu secretário-geral, é um partido capaz de criar "pontes de convergência com o conjunto da sociedade" - entre, por exemplo, centrais sindicais, associações patronais, professores, associações de estudantes - rumo a uma mudança que devolva "esperança no futuro de Portugal".
O líder socialista lamentou o "absoluto desprezo e insensibilidade social" do executivo que, diz, foi "implacável com todos" exceto com "aqueles que vivem e trabalham da especulação financeira".
Costa voltou a falar na não venda do Novo Banco para acusar o Governo de "total falta de pudor" por pretender justificar "este fracasso como um sucesso".
"Isso revela o que é marcante num agente político: a forma como respeita ou não os seus cidadãos", insistiu o líder socialista, que recordou que o PS não terá de alterar o seu programa mesmo sem a venda do ativo.
E justificou-se: "Nós nunca embarcámos nas fantasias e nas ilusões. E quando desenhámos o programa assumimos logo que o défice deste ano não ia ser a miragem que o Governo prometia".
A alternativa proposta pelo PS é, portanto, a que fará o "ponto de encontro de todos os portugueses", de entre várias origens, idades e classes sociais, até porque, advoga Costa, "neste momento da nossa vida política é essencial unir os portugueses".
"À primeira qualquer um cai, mas à segunda só cai quem quer", prosseguiu, reiterando confiança na vitória do PS e na derrota da coligação PSD/CDS-PP.
António Costa, que foi vereador na autarquia de Loures, traçou ainda elogios a Basílio Horta, que falou antes de si, dando-o como exemplo de pessoas ligadas a outras famílias políticas ou ideológicas mas que encontraram no PS o partido da convergência.