António Costa anunciou que vai faltar às comemorações do 10 de Junho, em Braga e em Londres, por motivos de saúde, mas o gabinete do primeiro-ministro garantiu ao JN que "testou negativo à covid-19", embora persista o seu "estado febril". Marcelo Rebelo de Sousa confirmou depois que foi informado da decisão de Costa, reforçando a ideia de que não se trata de covid ou de doença grave. O Governo disse ao JN que Costa far-se-á representar pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, cuja viagem já estava prevista.
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O primeiro-ministro iria participar sexta-feira na cerimónia militar presidida pelo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em Braga, e depois em Londres, onde está marcado um encontro com a comunidade lusa no mesmo dia ao fim da tarde, bem como várias visitas no sábado por ocasião das celebrações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
MNE representa Costa em Londres
Numa nota, o gabinete informou que "o primeiro-ministro não poderá estar presente nas comemorações oficiais do 10 de Junho por motivos de saúde", na sequência de "aconselhamento médico".
O ministro dos Negócios Estrangeiros, que está atualmente em Nova Iorque, junta-se sexta-feira ao programa oficial em Braga e segue também para Londres com Marcelo.
Fonte do mesmo gabinete explicou ao JN que, apesar de ter testado negativo à covid-19, o chefe de Governo não estará nas cerimónias devido ao seu estado febril, que "não é grave" mas já levou a cancelar a agenda no âmbito da Feira da Agricultura de Santarém.
Decidiu prolongar repouso
Agora, foi aconselhado a prolongar o seu "repouso" durante mais alguns dias, o que o impede de participar nas comemorações com Marcelo. Entretanto, o resto da agenda para além das comemorações do 10 de Junho será "avaliado dia-a-dia".
O presidente da República já veio confirmar que foi informado do estado de António Costa, reforçando igualmente que não se trata de covid-19.
Ao contrário do sugerido pelo presidente, não será a ministra da Presidência a substituir Costa. Mariana Vieira da Silva, estará, segundo já anunciou o Governo, "três dias no Brasil, passando pelas cidades de Belo Horizonte e de Salvador da Baía, com um programa extenso, dedicado em predominância à cultura, nomeadamente evocando Camões".
Marcelo diz que seria "insensatez" Costa participar
À semelhança do gabinete do primeiro-ministro, também Marcelo veio garantir que não se trata de uma "doença grave", afastando a covid-19 como causa do cancelamento da presença de Costa. No distrito de Braga para as comemorações do Dia de Portugal, reforçou que o primeiro-ministro se sentiu "febril" após voltar de Paris e que o médico sugeriu que necessita de mais "três dias de descanso", a contar a partir desta quinta-feira.
Segundo o chefe de Estado, seria uma "insensatez que o primeiro-ministro se submetesse ao esforço de um dia com uma agenda muito pesada em Braga e muito pesada em Londres".
Sobre quem o iria representar, Marcelo disse que Costa "tem sido substituído pela ministra da Presidência", Mariana Vieira da Silva, e "é possível que seja isso". Mas não será. O gabinete do primeiro-ministro confirmou ao JN que será o ministro dos Negócios Estrangeiros.
Além disso, o presidente contou que ainda não tinha falado ao telefone com Costa porque não quer "incomodá-lo". E "não é covid", insistiu, após essa informação já ter sido revelada pelo gabinete do chefe do Governo.