António Costa recebeu o novo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, com um abraço, à entrada da sede do partido, em Lisboa, num gesto simbólico de passagem de testemunho. No final do encontro, desejou felicidades ao antigo ministro, garantindo que os socialistas estão unidos e que não vai "assombrar ninguém".
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Em declarações aos jornalistas, Costa afirmou estar seguro de que, "com as suas qualidades políticas e humanas", Pedro Nuno Santos "fará o melhor pelo PS".
Além disso, lançou uma farpa à oposição. "Diria que o PS está muito mais unido nestas eleições do que o PSD alguma vez esteve".
Questionado em relação ao seu candidato preferido nestas eleições internas, o primeiro-ministro frisou que, tal como já havia dito, não vai expressar preferências, recordando que, após os resultados obtidos ontem, todo o partido vai apoiar o novo secretário-geral. "Eu sou só um militante", acrescentou.
António Costa deixou ainda a garantia de que não pretende "ser a sombra de ninguém". "Aliás, se já reparou, Pedro Nuno Santos tem mais um palmo do que eu, portanto, eu não teria altura para fazer sombra a ninguém", brincou, referindo estar disponível para cumprir apenas a sua missão com o país.
Pedro Nuno venceu as eleições internas do PS com 62% dos votos – menos do que os 68% obtidos por Costa da primeira vez que foi eleito líder, em 2014. José Luís Carneiro ficou-se pelos 36% e Daniel Adrião pelos 2%.
No discurso de vitória, o novo secretário-geral do partido deixou uma farpa ao PSD: “Nós não inventamos grupos de trabalho em cima de comissões. Nós decidimos”, disse, referindo-se à questão do novo aeroporto de Lisboa. Garantiu ainda que irá bater-se pela regionalização.
O antigo ministro das Infraestruturas, que ganhou 18 das 21 federações do partido, fez um discurso transversal, embora pouco arrebatador. Não abriu o jogo quanto a uma nova geringonça, pedindo “um grande resultado” nas legislativas de 10 de março.
Entre as federações ganhas por Pedro Nuno conta-se Lisboa, em que venceu com 67%, o Porto (a maior do país, que chegou a ser presidida por Carneiro), com 58% e Braga, com 55%. Carneiro apenas venceu no Oeste, Vila Real e Madeira.