O secretário-geral do PS pediu hoje uma vitória "clara, inequívoca e maioritária" e usou a ironia para dizer que o primeiro-ministro, quando pede maioria parlamentar, está a enganar-se a si próprio, depois de tanto enganar os outros.
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António Costa falava no Cine Teatro de Almeirim, que se encontrava cheio, após uma intervenção longa do cabeça de lista socialista por Santarém, Vieira da Silva.
O líder socialista abriu a sua intervenção dizendo que tem feito diariamente "uma gigantesca sondagem" nos últimos meses por todo o país, razão pela qual está agora em condições de pedir para o PS "uma vitória clara, inequívoca e maioritária".
Perante o Cine Teatro de Almeirim, que estava cheio, o secretário-geral do PS respondeu ao apelo hoje feito por Pedro Passos Coelho para que os portugueses deem uma maioria parlamentar à coligação PSD/CDS em nome da governabilidade do país.
"Ouvi o primeiro-ministro a dizer que será terrível se eles não ganharem com maioria absoluta, pois eu imaginei o arrepio que as portuguesas e os portugueses sentiram na espinha só de imaginarem que eles ganhassem, quanto mais com maioria absoluta", afirmou, provocando risos e muitas palmas na plateia.
Mas António Costa foi mais longe na resposta a Passos Coelho: "É preciso alguém achar que consegue enganar tanto os outros que se consegue enganar a si próprio, convencendo-se que, perante a derrota histórica que se aproxima, pode sequer passar pela cabeça que pode ganhar com ou sem maioria", disse.
Para o secretário-geral do PS, pessoas como Pedro Passos Coelho, "à força de tanto enganar os outros, convencem-se que podem viver sempre no engano".
"E acabam a enganar-se a eles próprios, quando já não têm mais ninguém para enganar no país", acrescentou.