O primeiro-ministro questionou esta quarta-feira PSD e CDS sobre qual a alternativa de Governo que propõem na sua moção de rejeição e remeteu para o "Fórum da TSF" esclarecimentos que deu sobre poupanças nas prestações sociais não contributivas.
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Estas posições de António Costa motivaram sonoros protestos por parte de deputados das bancadas do PSD e do CDS no debate do programa do XXI Governo e surgiram depois de o vice-presidente do Grupo Parlamentar social-democrata Hugo Soares ter pedido esclarecimentos, "de uma vez por todas, sobre como pensa o primeiro-ministro poupar mil milhões de euros" com a aplicação do modelo da condição de recursos às prestações sociais não contributivas.
Na resposta, o primeiro-ministro disse que faria chegar a Hugo Soares a gravação das afirmações que proferiu aquando da sua participação em setembro passado (em pleno período de campanha) no programa "Fórum da TSF", durante o qual se terá referido com detalhe a essa questão da poupança financeira em prestações sociais não contributivas.
O vice-presidente da bancada do PSD reagiu imediatamente, acusando António Costa de se ter "furtado a responder a questões legítimas" que lhe foram colocadas.
Mas a segunda ronda de respostas a perguntas formuladas por deputados foi também utilizada por António Costa para passar ao contra-ataque, criticando a moção de rejeição que será quinta-feira apresentada pelas bancadas do PSD e CDS.
"Querem demitir este Governo, mas qual é a alternativa que propõem ao país relativamente a este Governo?", perguntou, com muitos deputados do PSD a gritarem "eleições, eleições".
Ainda em relação à moção de rejeição que será apresentada pelo PSD e CDS, António Costa sustentou que o resultado da votação permitirá tirar duas conclusões: "PSD e CDS continuam a estar em minoria na Assembleia da República; e continuam a estar em minoria porque tiveram quase menos um milhão de votos do que as restantes bancadas nas eleições de 04 de outubro", afirmou, recebendo uma prolongada salva de palmas.
Menos agitado nas bancadas foi o debate travado entre António Costa e a deputada do CDS-PP Ana Rita Bessa, que se insurgiu contra a "cedência do PS à extrema-esquerda quando aceitou eliminar a prova de avaliação de conhecimentos no quarto ano do primeiro ciclo" do Ensino Básico.
Ana Rita Bessa considerou estranha essa opção dos socialistas, porque na génese destes exames "estão medidas tomadas por anteriores governos do PS".
O primeiro-ministro respondeu alegando "separação de competências" entre o Governo e a Assembleia da República, observando que o seu executivo "não pretende ter um controlo de visto prévio face ao parlamento".
Em relação aos exames do quarto ano do primeiro ciclo do Ensino Básico, António Costa considerou que a lógica do anterior Governo era a da "seletividade e da exclusão".
"Este Governo tem uma visão distinta sobre o papel da escola. Recusamos a seletividade e a exclusão e queremos a inclusão e a igualdade", disse.