O secretário-geral do PS afirmou, este domingo, que nunca aceitará colocar em causa a sustentabilidade do sistema de Segurança Social, mesmo que leve "pancada" da oposição, e defendeu que era impossível suportar maiores aumentos das pensões.
Corpo do artigo
O secretário-geral do PS, António Costa, garantiu, este domingo, que o Governo conseguiu alargar em 26 anos a estabilidade da Segurança Social. Após uma semana de polémica em torno da mudança do modelo de atualização das pensões, o anúncio surgiu durante o comício de rentrée política do PS, que decorreu em Leiria, a que assistiram vários ministros e centenas de militantes e simpatizantes de vários pontos do país.
"Ao longo destes anos, alargámos em 26 anos o período pelo qual o fundo de estabilização financeira da Segurança Social está em condições de, sem que os portugueses ativos tenham de pagar mais, cumprir e honrar as pensões em pagamento e as pensões que todos os dias se estão a formar e que estarão em pagamento", garantiu Costa.
Consciente de que o aumento de esperança de vida não está a ser acompanhado pela taxa de natalidade, o socialista assumiu como desafio "continuar a alargar a capacidade do fundo de estabilização financeira da Segurança Social", através de um "contrato de confiança intergeracional. É essa a garantia que tenho de dar aos meus filhos: que a pensão da avó é respeitada, que a pensão que eu estou a formar será paga e que a pensão que eles começaram a formar também será paga, quando, daqui a muitos anos, atingirem a idade da reforma", defendeu.
Ter "nervos de aço"
À margem do comício, a ministra da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, explicou, ao JN, que, nos últimos sete anos, "ganharam-se 26 anos face ao limite da sustentabilidade que estava previsto em 2015". A sustentabilidade determina "até que ano é que a Segurança Social é autossustentável, não tem défice" e o fundo de estabilização não entra em "colapso".
Nos 45 minutos de intervenção, o primeiro-ministro lembrou os apoios anunciados às famílias e às empresas, na semana passada, para fazerem face ao agravamento do custo de vida e de despesas. "Temos de recuar a 1992 para termos inflações desta magnitude. Temos bem presente o quadro de dificuldades."
"Infelizmente, para a inflação não há vacina nem uma varinha mágica". Contudo, passou a mensagem de que, com "bom senso, responsabilidade, nervos de aço" e os apoios concedidos às famílias e às empresas, será possível vencer esta crise, sem pôr em causa as obrigações orçamentais.